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Justiça

“Malapata”, “Cartão Vermelho”, “Fora de Jogo”, “Prolongamento”. Mais buscas em clubes portugueses

15 dez, 2021 - 16:55 • Inês Braga Sampaio , Carlos Calaveiras

Ano não termina sem mais buscas a Benfica e Sporting. Há pelo menos três detidos, mas a operação “Malapata” ainda não terá terminado.

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A Polícia Judiciária (PJ) está a levar a cabo mais uma operação de buscas a clubes e agentes de futebol. A “operação Malapata” é a última de uma série de casos que, ao longo do ano, envolveram o “desporto-rei” em Portugal.

No âmbito da “operação Malapata”, a PJ confirma o cumprimento de 28 mandados de buscas domiciliarás e não domiciliárias, em equipa mista com a Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA), nos concelhos de Barcelos, Braga, Esposende, Trofa, Vila Nova de Famalicão, Funchal, Benavente e Lisboa. Há suspeitas de crimes de fraude fiscal, burla qualificada, falsificação informática, branqueamento de capitais e de movimentos financeiros irregulares na ordem dos 70 milhões de euros.

“Estão detidos três indivíduos, entre os quais um empresário do sector metalúrgico e um empresário ligado à atividade desportiva”, lê-se no comunicado da Judiciária. Segundo a SIC, o empresário ligado ao desporto é César Boaventura, conhecido por ter estado próximo de várias transferências de e para o Benfica na altura da presidência de Vieira.

Já houve buscas nas instalações de Benfica e Sporting, embora os dois clubes se demarquem da investigação. O clube da Luz salienta que "não é arguido ou sequer visado" no processo. O de Alvalade manifesta "enorme surpresa" com a inclusão numa investigação em que diz não ser visado "direta ou indiretamente". Os dois clubes garantem, contudo, colaboração com as autoridades.

Antes desta “operação Malapata” vários outros casos ocuparam as autoridades ao longo de 2021.

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi detido a 7 de julho, no âmbito da operação “Cartão Vermelho”, por suspeitas de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento, que podem ter movimentado mais de 100 milhões de euros. Chegou a estar em prisão domiciliária até pagar a caução e deixou a direção dos encarnados.

Há mais três arguidos: o empresário José António dos Santos, o filho do ex-presidente do Benfica, Tiago Vieira, e o agente de futebol Bruno Macedo.

Mas, não foram só as buscas no Benfica, que levaram queda de Luís Filipe Vieira, que colocaram, uma vez mais, em causa a idoneidade do dirigismo desportivo em Portugal.

Em maio, houve buscas nas instalações da FC Porto SAD, devido à possibilidade de Shoya Nakajima ter viajado para o estrangeiro infetado com Covid-19. Em novembro, a PJ voltou a realizar buscas no Dragão, desta vez no âmbito da operação "Prolongamento", segunda parte da operação "Cartão Vermelho", com extensão em Pinto da Costa, também alvo de buscas.

O Ministério Público suspeita de mais de 15 negócios dos portistas. Dias depois, Sp. Braga e Vitória Guimarães foram alvo de buscas, a propósito da operação "Fora de Jogo", que em 2020 também já levara a buscas aos três grandes e à Gestifute, do empresário Jorge Mendes.

Ainda em novembro, a PJ visitou as instalações do Tondela, à procura de documentos relacionados com a transferência de um jogador.

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