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António Marques

"Fora de Jogo". Braga SAD estranha "espetáculo televisivo"

09 dez, 2021 - 09:00 • Luís Aresta

António Marques, presidente da Assembleia Geral, garante "serenidade total" na SAD e defende colaboração com a Justiça.

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O presidente da Assembleia Geral da SAD do Sporting de Braga, António Marques, defende que o trabalho do Ministério Público e dos inspetores da Autoridade Tributária deve ser feito em clima de tranquilidade.

"Não é salutar o espetáculo televisivo e na comunicação social que se gera e se gere à volta de um problema que a Justiça está a fazer. Estranhamos muito, não só no Braga, como foi visível noutros clubes", afirma, em entrevista a Bola Branca, a propósito das buscas nas instalações da SAD do Braga levadas a cabo pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, no âmbito da operação "Fora de Jogo".

António Marques salienta que "há que ter toda a serenidade, dar à Justiça o que a Justiça quer, há que dar aos inspetores e juízes o que querem e, a partir daí, esperar que a Justiça tome as suas diretrizes".

"Não há motivos para outra coisa que não seja a serenidade total nestas matérias", advoga o presidente da Assembleia Geral da SC Braga SAD.

As buscas em causa incidiram, além do Braga, sobre o presidente, António Salvador, e o antigo responsável jurídico Bruno de Macedo. Após duas semanas, o clima é de serenidade, garante António Marques.

“Nós, no Braga, estamos muito serenos. A administração da SAD, o presidente António Salvador, a equipa executiva do clube e toda a estrutura estão muito serenos. É norma que, quando há dúvidas a Justiça faça buscas e o que tem de fazer. É a Justiça a funcionar”, conclui.

Detalhes da operação "Fora de Jogo"


As diligências da investigação que levou às referidas buscas foram acompanhadas pelo juiz do Tribunal Central Carlos Alexandre. "Foram ordenadas na sequência da análise do material apreendido no decurso das buscas realizadas em março de 2020, na designada operação 'Fora de Jogo'", confirmou o Ministério Público (MP), em comunicado.

"Em causa estão suspeitas de negócios simulados, celebrados entre clubes de futebol e terceiros, que tiveram em vista a ocultação de rendimentos do trabalho dependente, sujeitos a declaração e a retenção na fonte, em sede de IRS, envolvendo jogadores de futebol profissional. Os valores envolvidos rondarão os 15 milhões de euros. Os factos em investigação são suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal, fraude à segurança social e branqueamento de capitais", esclareceu o MP.

Ao que a Renascença apurou, os agentes da Autoridade Tributária procuraram, sobretudo, documentação dos contratos celebrados com a Altice, relativos à venda dos direitos de transmissão dos jogos, e a contratos de transferências de jogadores, em particular, da época 2015/16.

Foram emitidos cerca de duas dezenas de mandados de busca domiciliárias e não domiciliárias. Além das instalações de SAD, também decorreram buscas em empresas e escritórios de advogados.

As diligências da segunda fase da operação "Fora de Jogo" levaram à constituição de "cinco arguidos, três pessoas singulares e duas coletivas". Em março, após buscas em várias entidades ligadas ao futebol, já tinham sido constituídos 47 arguidos (24 pessoas coletivas e 23 singulares).

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