O Vitória de Guimarães ainda aguarda pelas decisões finais dos tribunais relativamente aos castigos de seis jogos à porta fechada aplicados na sequência dos insultos racistas dirigidos por adeptos a Moussa Marega, então jogador do FC Porto, no dia 16 de fevereiro de 2020.

Três jogos dizem respeito a um despacho da Associação de Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), de 20 de outubro de 2020. Os outros três referem-se a uma decisão do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), de 4 de maio de 2021.

O Vitória recorreu, na altura, do castigo da APCVD, que incluía uma multa de 55 mil euros, para o Tribunal Judicial de Guimarães. Aguarda-se "comunicação de decisão da autoridade judiciária competente” ao fim de cerca de ano e meio, conforme esclareceu a APCVD à Lusa.

Por outro lado, o clube minhoto cumpriu a interdição do CD da FPF em receções a Famalicão (32.ª jornada do campeonato 2020/21), Benfica (34.ª) e Leixões (a contar para a primeira ronda da Taça da Liga).

Ainda assim, decidiu recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) do castigo do CD da FPF, a que também vinha anexada uma multa de 53.500 euros, referente a comportamento discriminatórios.

O TAD deu razão ao Vitória, por considerar que "não ficou demonstrado" que o clube "tenha promovido ou sequer consentido ou tolerado os cânticos racistas em questão". A FPF recorreu para o Tribunal Central Administrativo (TCA) do Sul, entidade que está agora com o caso.

STA anulou um dos castigos pelo "caso Marega"


Um outro jogo à porta fechada imposto ao Vitória pelo CD da FPF, a 17 de maio de 2021, com multa de cinco mil euros associada, foi anulado pelo Supremo Tribunal Administrativo (STA), soube-se na quarta-feira.

O caso remonta a 16 de fevereiro de 2020, numa visita do FC Porto ao Vitória de Guimarães, relativa à 21.ª jornada da I Liga daquela época. Moussa Marega, que representava os dragões e já jogou nos vitorianos, pediu para ser substituído e abandonou o relvado ao minuto 70, devido aos insultos racistas vindos das bancadas afetas à equipa da casa.

Foi um caso que teve repercussão internacional, para lá do futebol. Atualmente, o maliano representa o Al Hilal, da Arábia Saudita.