Bagão Félix é um apoiante do regresso de Jorge Jesus ao Benfica, mas coloca condições para que se abre um novo ciclo do treinador na Luz.

O antigo dirigente do Benfica não esquece o que foi dito durante a estadia deste no rival Sporting, contra as águias, temas que poderão renascer na memória dos adeptos caso num futuro próximo possam existir maus resultados. O ex-ministro considera que o agora timoneiro do Flamengo melhorou desde que passou pelos encarnados, contudo, em entrevista a Bola Branca, formula dois desejos, caso se concretize a contratação de Jorge Jesus.

"A primeira é que Jorge Jesus olhasse um pouco melhor para a área da formação. Eu não quero ver no Benfica mais casos como o de Bernardo Silva, que é um génio que não foi devidamente escrutinado. Segundo, que Jorge Jesus, e eu acredito que ele tem essa competência, não seja um treinador acomodatício, como foram, por exemplo Rui Vitória e Bruno Lage", esclarece.

Bagão Félix manifesta, ainda, que o Benfica precisa de ter equipas que sejam competitivas não só em Portugal, mas de nível europeu.

O antigo ministro também volta atrás no tempo para enfatizar a forma como Bruno Lage foi tratado com "ingratidão" e como este saiu, do seu ponto de vista, "de sopetão" e com atos "um pouco emocionais", que se tornam "difíceis de compreender".

As eleições e Luís Filipe Vieira


O Benfica vai a eleições em outubro e Bagão Félix coloca já um ponto final na especulação.

"A única coisa que sei é que não sou candidato", afirma. O antigo dirigente, aos 72 anos, confessa que continua "a amar o Benfica", mas que esse foi um desejo que já passou.

"Quando gostava não podia, e agora que posso acho que não o devo fazer", justifica-se.

Bagão Félix agradece o trabalho feito até agora pelo atual presidente, e "não gosta de ser ingrato", pelo que reforça a ação de Vieira que "proporcionou saltos qualitativos" ao clube nestes anos de presidência.

"A memória é importante e a gratidão da memória ainda mais", explica, para de seguida justificar que, seja em que área for, não gosta que "as pessoas se eternizem nos cargos".

Por isso mesmo, olha para pessoas, sem citar nomes, "com vontade, com ganas e arejamento" e que podem "consolidar os aspetos postivos da obra de Luís Filipe Vieira que são completamente indiscutíveis".