Ciclismo

Quintanilha "apanhado de surpresa". W52-FC Porto fora da Volta a Portugal por decisão da UCI

27 jul, 2022 - 11:55 • Eduardo Soares da Silva , Pedro Castro Alves

Equipa foi suspensa de participar em qualquer prova pelo organismo internacional. À Renascença, o patrão da W52-FC Porto revela surpresa pela decisão e anuncia que já tinha ciclistas contratados para participarem na Volta.

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A União Ciclista Internacional suspendeu a W52-FC Porto por doping, o que impede a equipa de participar na Volta a Portugal.

"A Federação Portuguesa de Ciclismo confirma que foi hoje notificada pela União Ciclista Internacional (UCI) de que esta entidade decidiu retirar a licença desportiva à equipa continental W52-FC Porto, na sequência da informação recebida pela UCI sobre o processo que decorre na Autoridade Antidopagem de Portugal", pode ler-se na nota da Federação Portuguesa de Ciclismo.

O organismo diz que "a decisão entra imediatamente em vigor, pelo que a equipa está impedida de voltar a competir".

A regressar de Espanha, Adriano Quintanilha, patrão da W52-FC Porto, assume que foi apanhado de surpresa pela decisão e revela que já tinha ciclistas contratados para participarem na Volta.

"Nem sei bem o que se está a passar. Recebi uma chamada para vir embora e cancelar a reunião com ciclistas. Ainda não posso dizer nada. Até ontem garantiram-me que a equipa não tinha nada e para andar rapidamente para inscrever os atletas até sexta-feira ou até segunda-feira. Estou desde segunda quase sempre em Espanha, já tinha as contratações todas feitas e hoje é uma surpresa a ser bombardeado com isto", disse, à Renascença.

Questionado sobre outras alternativas para continuar a competir, Quintanilha garante que só saberá "depois de reunir com os advogados".

A Renascença sabe que estão a ser estudadas outras alternativas para que o FC Porto possa continuar a disputar provas, uma vez que apenas dispõe de estatuto de patrocinador na parceria com a W52. Apesar da suspensão aplicada, os dragões podem patrocinar outra equipa ou registar uma nova junto da federação.

Na segunda-feira, a W52-FC Porto tinha afirmado que "que sempre pugnou pela verdade e o fair-play desportivo, bem como pela condenação do uso de quaisquer substâncias dopantes".

Oito ciclistas e dois elementos do "staff" foram suspensos por doping. No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação.

A W52-FC Porto afirmou estar "a colaborar ativamente com as entidades Reguladoras e Fiscalizadoras do ciclismo em Portugal, designadamente a FPC/UVP e a ADOP, em busca da verdade desportiva".

A estrutura W52, ligada ao FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da Volta a Portugal, mas os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, foram-lhe retirados também por "uso de métodos e/ou substâncias proibidas".

A 83.ª edição da Volta a Portugal vai para a estrada entre os dias 4 e 15 de agosto, arranca com um prólogo em Lisboa, conta uma passagem por Espanha, em Badajoz, e termina com um contrarrelógio entre Porto e Vila Nova de Gaia.

[Atualizado às 12h43 - declarações Adriano Quintanilha]

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  • Petervlg
    28 jul, 2022 Trofa 09:26
    O Joaquim Gomes, devia demitir-se ou ser demitido.
  • Ivo Pestana
    27 jul, 2022 Funchal 13:21
    UCI tem dirigentes corajosos.
  • Joaquim Correto
    27 jul, 2022 Paços 13:18
    Foi preciso vir a União Ciclista Internacional para suspender o W52-FC Porto, porque em Portugal (mais uma vez) estavam a fazer de conta que não se tinha passado nada! Agora, uma coisa que é clara para toda a gente, é que o Quintanilha tem que ser irradiado de qualquer desporto e para sempre! Uma pessoa assim não pode pertencer a equipa nenhuma!

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