Vítor Franco

Casa Pia procura estádio. Jamor sem licença para a próxima época

15 fev, 2023 - 13:43 • Eduardo Soares da Silva

As obras no Estádio Pina Manique ainda estão atrasadas e o recinto não estará pronto a tempo do pontapé de saída da época 2023/24. Bonfim e Restelo são opções ponderadas pela direção liderada por Vítor Franco.

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O Estádio Nacional do Jamor deixará de ser utilizado nos campeonatos profissionais na próxima temporada, por indicação da Liga de Clubes. Enquanto que a B SAD tem futuro encaminhado na Cova da Piedade, o Casa Pia procura alternativas, uma vez que o Estádio Pina Manique não estará pronto a tempo da arranque de época 2023/2024.

A dificuldade de não ter estádio próprio não está a limitar o potencial dos jogadores do Casa Pia, uma vez que a equipa de Filipe Martins continua a surpreender as expectativas com o 6.º lugar na classificação, apenas a sete pontos do Sporting.

O jornal "O Jogo" noticiou, esta quarta-feira, que a Liga de Clubes deixará de licenciar o Estádio do Jamor a partir da próxima temporada. Para além das grandes dificuldades em manter a qualidade do relvado, em sobreutilização, há ainda problemas na segurança e nos acessos ao estádio.

O Jamor deixou de ser apenas o palco da final da Taça de Portugal para ser pano de fundo habitual nos jogos da I Liga, utilizado desde 2018/19 pela B SAD, após rutura com o clube e saída da equipa profissional do Restelo.

Esta época, o relvado continua a ser utilizado na II Liga pela B SAD, que terá acordo para o Cova da Piedade para, em breve, rumar a Almada, e pelo Casa Pia. No entanto, apenas o clube da primeira divisão terá problemas na próxima época, uma vez que as obras no Pina Manique, que serão de fundo, ainda não arrancaram.

"Até ao fim da época podemos utilizar o Jamor. Na próxima acabou. O ponto de situação em Pina Manique é que vamos receber em breve a licença da Câmara Municipal de Lisboa e o parecer do IPDJ. Para começar as obras precisamos dessas autorizações. As pessoas estão disponíveis, mas isto não anda na velocidade que queremos", revela Vítor Franco, presidente do Casa Pia, à Renascença.

As obras no Pina Manique serão demoradas, uma vez que "o estádio tem de ir abaixo".

"Não é só meter bancadas, há muitas outras questões. A fase da construção pressupõe que haja dinheiro para construir, que é também um problema. A Liga exige cinco mil lugares, o nosso estádio tem dois mil, e já a contar com os adeptos apertados, porque a bancada atual é de 1956, pré-histórica. O projeto são duas bancadas, dois mil e 500 adeptos de cada lado", descreve.

Há uma certeza: o Casa Pia precisa e está à procura de uma nova casa que receba o clube pelo menos na primeira metade da próxima temporada.

"Estamos em fevereiro, não conseguimos fazer a obra a tempo. Na melhor das hipóteses, apenas estará pronto na segunda volta do campeonato", prevê Vítor Franco.

Restelo e Bonfim são opções

O primeiro jogo da temporada do Casa Pia como visitado foi frente ao Benfica, na segunda jornada do campeonato. Com a mobilização de tantos adeptos, o jogo realizou-se em Leiria com mais de 20 mil adeptos nas bancadas.

Vítor Franco não quer repetir a experiência e risca o Municipal de Leiria como opção. Há, no entanto, duas opções mais próximas de "casa".

"Estamos à procura de alternativas, campos mais pertos. Não estamos a pensar em Leiria, nunca mais, é muito longe. Jogamos lá com o Benfica porque seria um jogo com muitos adeptos, não podia ser um estádio sem capacidade para receber tanta gente. Estádios mais perto de nós são o Restelo e o Bonfim, em Setúbal. São os dois mais próximos", atira.

O Casa Pia jogou recentemente em Setúbal, nos quartos de final da Taça de Portugal frente ao Nacional. A necessidade de jogar no Bonfim é um exemplo de um dos problemas do Jamor.

"Houve o jogo de râguebi da seleção e está a ver como fica o relvado? Não é um desporto a brincar e tivemos de ir para o Bonfim", termina.

Comentários
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  • Joaquim Correto
    15 fev, 2023 Paços 19:31
    O Fernando Gomes enquanto não meter tudo na cidade do Porto não vai descansar!

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