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Qatar 2022

Eliminação do Mundial é "experiência com impacto emocional pesado, mas erros são aprendizagens”

12 dez, 2022 - 18:15 • Pedro Castro Alves

Psicóloga Marina Santos destaca o “apoio familiar” como pilar para “mudança de mentalidade” dos jogadores e explica como podem os clubes ajudar. Indefinição sobre o futuro “gera angústia” para Cristiano Ronaldo.

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Marina Santos, psicóloga clínica e membro da direção da Sociedade Portuguesa de Psicologia no Desporto, destaca a importância de olhar para os insucessos no campeonato do Mundo como “parte do caminho” de uma carreira. Os jogadores, que agora regressam aos clubes, devem “ver o lado positivo de tirar o maior partido”.

“Erros são aprendizagens. Os momentos menos bons fazem parte do processo de uma carreira, é com eles que crescemos e evoluímos. Foi uma experiência com um impacto emocionalmente pesado, mas têm de perceber que, num caminho, temos altos e baixos”, explica, em Bola Branca.

Segundo a psicóloga, o “apoio familiar” será um pilar importante para os atletas portugueses que estiveram no Qatar, ao serviço da seleção nacional.

“É um suporte essencial para os jogadores, até para a mudança de 'mindset'. Ter um tempo de pausa, estar com os seus, para conseguirem estar novamente na sua melhor performance”, destaca, em entrevista à Renascença.

Em alguns casos, o próprio clube pode ajudar a regressar ao melhor nível. Marina Santos sublinha que, para isso, é imperativo que se conheça bem o jogador: “Tem de conhecê-lo enquanto atleta e enquanto ser humano e, havendo necessidade, o clube e a equipa técnica devem delinear uma intervenção especifica”.

Incerteza do futuro gera "angústia" em Ronaldo

Com 37 anos e sem clube, o próximo destino do capitão da seleção portuguesa continua indefinido. Para Marina Santos, esta é uma questão que afeta emocionalmente o jogador.

“O facto de não saber o que vai acontecer a seguir gera alguma angústia e pode ter um impacto emocional mais profundo. Como é lógico, isso vai ter interferência no seu rendimento desportivo”, afirma.

A psicóloga alerta que, por fim, que os atletas devem trabalhar a fase final da carreira desde cedo, delineando “o que querem ser depois de terminar” enquanto jogador. Esta preparação pode ser feita de forma paralela e enquanto ainda jogam.

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