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BCE volta a subir taxas de juro. “É o remédio para a doença da inflação”

Joao Duque

BCE volta a subir taxas de juro. “É o remédio para a doença da inflação”

02 fev, 2023 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


João Duque analisa a mais que provável subida das taxas de juro por parte do BCE em 50 pontos ponto base.

O comentador d’As Três da Manhã entende que o Banco Central Europeu (BCE) não atenua a subida das taxas de juro porque as taxas de inflação ainda continuam “pornograficamente altas”.

“Nós estamos a começar a ver o efeito de uma descida, mas essa descida ainda é muito ténue”, assinala, lembrando que apesar de a taxa de inflação na Europa, em dezembro, se situar nos 9,2%, em outubro era de 10,6%.

“Portanto nós estamos a sentir efeitos muito pequenos e ainda muito recentes”, assinala, acrescentando que é preciso, também ter em conta os principais indicadores que promovem este aumento, ou seja, os subconjuntos do cabaz.

E aqui destaca em primeiro lugar a bebida e a alimentação, explicando que “isso significa que é uma inflação que é muito gerada internamente e não externamente, pelo que a subida das taxas de juro continua a ser um dos instrumentos mais poderosos para baixar o poder aquisitivo”.

Questionado sobre se é previsível a decisão de novas subidas das taxas de juros nos próximos tempos, João Duque não tem dúvida que tal vai acontecer.

“A expectativa de facto, é de que nós passemos ainda por um período de uma subida acentuada nas taxas de referência que, depois, tem impacto na Euribor e essa é que deve ser a grande preocupação dos portugueses”, alerta.

Apesar da mais que provável subida das taxas de juro por parte do BCE também é expectável que as Euribor continuem a subir e por consequência, os empréstimos, as prestações também vão continuar a subida.

“Vamos ver no final da reunião e na conferência de imprensa, quais são as indicações subjetivas do governador, portanto da Christine Lagarde, que são muito importantes para gerar essas expetativas, mas até lá, os analistas vão continuar a fazer subir as taxas Euribor”, adverte.

Não são boas notícias - admite o comentador - mas “é o remédio para a doença da inflação”.

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