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Os trabalhos de Montenegro

Os trabalhos de Montenegro

29 mai, 2022 • José Bastos


José Alberto Lemos, Nuno Botelho e Luís Campos Ferreira na análise da guerra na Ucrânia e dos desafios do líder eleito do PSD.

Este resultado revela que no PSD temos uma maioria expressiva a secundar esta liderança e este programa. Com este resultado enviámos um sinal ao país. Era eleito um líder, mas o partido continuava dividido. Hoje foi escolhido um líder, mas o partido está unido”, afirmou Luís Montenegro, o líder eleito do Partido Social Democrata, na última noite em Espinho, capitalizando, de imediato, a expressiva dimensão da vitória.

De acordo com o site do PSD, e quando falta apenas apurar uma secção (no círculo da Europa), Luís Montenegro conseguiu cerca de 72,5% dos votos e o adversário Jorge Moreira da Silva 27,5%, numa eleição em que a abstenção rondou os 40%, muito acima das duas anteriores diretas, mas em que obteve mais votos, em termos absolutos, do que Rui Rio em 2020 (contra si) e em 2021, contra Paulo Rangel.

O antigo líder parlamentar foi eleito à segunda tentativa com mais votos (19.225) do que as últimas vezes em que Rui Rio concorreu. Nas últimas diretas Rui Rio foi eleito com 18.888 votos e nas anteriores, em 2020, o líder incumbente do PSD contabilizou 17.758 votos. Em 2022 Montenegro ganha em todas as frentes e obtém uma forte maioria nos quatro maiores distritos – Lisboa, Porto, Braga e Aveiro – e ainda na Madeira.

Luís Montenegro só assumirá a liderança do PSD a 3 de julho, na sessão de encerramento do congresso agendado para os dias 1, 2 e 3 de julho no Coliseu do Porto. Sobre a transição da atual liderança de Rui Rio para a sua até ao Congresso - que se realiza apenas no primeiro fim de semana de julho -, Montenegro assegurou no sábado que será feita de forma discreta e "à moda dos homens bons, conversando uns com os outros".

Até ao Congresso, o novo líder terá cinco semanas para preparar a equipa dirigente e concretizar os sinais de unidade que disse querer protagonizar, integrando pessoas que não estiveram ao seu lado nesta disputa interna. Luís Montenegro também já prometeu apresentar no Coliseu a comissão que preparará as autárquicas de 2025 e, para este verão, o novo líder assumiu o compromisso de fazer regressar a tradicional festa algarvia do PSD no Pontal, em meados de agosto.

Mas os desafios imediatos parecem ser os mais fáceis para o novo líder de um partido afastado do poder pelo PS e com o seu eleitorado tradicional pressionado pela reconfiguração em curso do espaço político do centro-direita. Como inverter a crise de resultados que – defende Nuno Garoupa – terá mais de estrutural que de conjuntural?

Afinal quando António Costa terminar o seu novo mandato, o PSD terá estado no poder apenas 7 dos últimos 30 anos e a fragmentação à direita é o pior legado que Montenegro recebe, porque não é provável que IL e Chega venham a desaparecer no imediato e ‘libertem’ os 700 mil votos que separam, o PSD da maioria.

A análise é de Luís Campos Ferreira, Nuno Botelho e José Alberto Lemos que começam por olhar para a guerra na Ucrânia e para o diálogo telefónico de hora e meia, este sábado, de Emmanuel Macron e Olaf Scholz com Putin onde foi pedido ao líder do Kremlin “um cessar-fogo e o diálogo direto com Zelensky”.

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