“Muitas vezes, assumem esse tipo de discurso, no geral mais moderado, que apela a uma maior regulamentação, que apela inclusivamente a uma maior severidade na entrada, sobretudo no caso português, de imigração extra-União Europeia”, densifica Costa Pinto.
Ainda assim, ressalva que “evidentemente o PSD não tem esse tipo de discurso xenófobo que a direita radical tem”.
Olhando para a Europa e para a União Europeia, Paulo Rangel acusa os partidos socialistas no poder de serem os mais severos com os migrantes, dando o exemplo de um executivo ainda em funções, o dinamarquês, “que é de longe o mais discriminatório com os migrantes”.
“Ao mesmo tempo que se demarcam da direita radical, têm muitas vezes a tentação normal, igual à maior parte dos partidos de centro-direita na Europa, de pré-ocupar esse espaço político”
Rangel reconhece, todavia, que dentro do Partido Popular Europeu (PPE), em que o PSD está inserido no Parlamento Europeu, também há vários partidos com os quais não se identifica por irem contra a matriz judaico-cristã que norteia esta família política.
“Há alguns partidos que o integram que, sinceramente, têm atitudes ou visões que são, eu diria, pouco amigas desses valores cristãos”, reconhece.
Rangel revê-se globalmente no recém-assinado Pacto para as Migrações e Asilo da UE, enquanto diz não estar alinhado com as propostas de Macron e Sunak. Transversalmente, o eurodeputado critica as três políticas por não preverem a possibilidade de reagrupamento familiar dos imigrantes.
“Seria muito mais inteligente aceitarmos o reagrupamento familiar para que aqueles migrantes que chegam e que estão a trabalhar legalmente, possam ter um contexto familiar que facilitará a integração, do que esta ideia abstrata, dogmática, e pura e simplesmente acrítica”, delimita o eurodeputado.