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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​A economia a desacelerar

12 jun, 2019 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A conjuntura económica internacional acumula incertezas. Por isso, há bancos centrais, como a Fed americana, que provavelmente não irão subir juros neste ano – irão baixá-los.

O indicador da OCDE para a economia portuguesa está em queda há dez meses. Agora esse indicador encontra-se ao nível de 2013. Ontem foi divulgada uma ligeira melhoria, mas a tendência mantém-se. Nos próximos seis a nove meses o nosso PIB vai continuar a abrandar o seu modesto crescimento, diz a OCDE.

A aceleração do PIB português no primeiro trimestre deste ano (em linha com o que aconteceu na zona euro) parece, assim, não ter continuidade. Veremos o que diz hoje o Banco de Portugal.

Em boa parte, este abrandamento tem a ver com a economia mundial, que prosseguirá a sua travagem. A guerra comercial EUA-China não acabou e provavelmente não acabará tão cedo. Trump usa, agora, a ameaça de subir impostos alfandegários como arma para obter certas concessões – por exemplo, obrigar o México a policiar mais eficazmente as suas fronteiras, de modo a travar a passagem pelo seu território de migrantes que querem entrar nos EUA. É um novo fator de incerteza, que prejudica a atividade económica.

Por outro lado, a hipótese provável de o inglês Boris Johnson, um político irresponsável e campeão do “brexit”, vir a suceder a T. May como líder do partido conservador e primeiro-ministro britânico não augura tempos tranquilos. Boris quer um “brexit” sem acordo de saída e – seguindo uma sugestão de Trump – não pagar os compromissos assumidos pelo Reino Unido na UE. A ideia é forçar novas negociações com a Europa comunitária, o que esta certamente não aceitará.

O pessimismo sobre a evolução da economia mundial vai ao ponto de a Reserva Federal, cujo programa até há pouco apontava para novas subidas da taxa de juro, encarar como possível uma subida, talvez já em julho. E o BCE, na sua reunião da semana passada, anunciou o prolongamento – e não a reversão – da política monetária expansionista que Draghi lançou desde agosto de 2012.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

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