21 jan, 2019
“Cada vez mais governos estão a tornar-se dependentes de partidos com uma agenda antidemocrática”. A afirmação é do líder do partido social-democrata da Suécia, Stefan Loven, que conseguiu formar um governo de coligação após quatro meses de negociações e quando já se anteviam novas eleições.
A Suécia é um dos países da Europa do Norte onde tem subido o populismo das forças de extrema-direita, contrárias à imigração e à UE. Loven formou governo sem o apoio da extrema-direita. Um passo positivo, embora o executivo chefiado por Loven não pareça sólido. No parlamento sueco, o novo primeiro-ministro teve menos votos favoráveis do que contra - mas como os votos contrários não chegaram absoluta à maioria dos deputados, a constituição sueca permite que Loven seja primeiro-ministro.
Na Europa, a primeira atitude da direita democrática foi recusar qualquer apoio da extrema-direita. O pai Le Pen foi marginalizado durante décadas pela direita democrática francesa. Mas quando Sarkozy foi presidente de França a estratégia foi outra: ele adoptou, com ligeiras diferenças, posições próximas das assumidas pela Frente Nacional, agora dirigida por Martine Le Pen. A nova estratégia não resultou. Com os problemas de Macron e a revolta dos “coletes amarelos”, o partido de M. Le Pen está de novo à frente nas sondagens.
Em Espanha, nas eleições regionais da Andaluzia, o PSOE perdeu a maioria absoluta que detinha há quarenta anos. O Partido Popular (PP) e o Cidadãos coligaram-se para governarem aquela região autónoma. Mas só têm maioria no parlamento regional com o apoio de um partido de extrema-direita, o Vox, que não fará parte do executivo.
É uma solução perigosa, até porque o PP encara a possibilidade de a repetir noutras autonomias de Espanha. O próprio PP, agora presidido por Pablo Casado, virou um pouco mais à direita e está empenhado em alianças com o Vox. Em Espanha ainda existe um número apreciável de saudosos do franquismo, que se manifestam publicamente com frequência.
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