27 nov, 2020 • Vasco Gandra com Pedro Caeiro
Depois de um tempo de “nuvens carregadas” no que toca ao ambiente na União Europeia os dados mais recentes mostram algumas melhorias e razões para sorrir. Há menos mortes prematuras associadas à poluição devido a políticas implementadas a nível europeu. A tendência geral da qualidade do ar nas duas últimas décadas são positivas e isso tem um impacto positivo na saúde humana”, diz o director da Agência Europeia do Ambiente. Portugal cumpriu todos os compromissos ao nível da qualidade do ar impostos por Bruxelas.
Mas, se no topo das preocupações estão os temas ambientais, também é verdade que há outros temas muito preocupantes para as lideranças europeias. A presidente da Comissão Europeia foi ao Parlamento Europeu chamar a atenção para os grandes temas que terão de estar em cima da mesa na Cimeira que vai juntar os 27 no início do próximo mês.
No discurso perante os eurodeputados, Ursula von der Leyen enumerou os difíceis desafios que a União Europeia tem pela frente - e que vão dominar as atenções na Cimeira Europeia de Dezembro.
A começar pelo combate à pandemia. Ursula von der Leyen confirmou que a Comissão fez mais um contrato para obtenção de vacinas anti-Covid. É o sexto estabelecido com farmacêuticas para o fornecimento de milhões de futuras doses de vacinas. Mas a presidente da Comissão alertou os Estados-membros: devem estar preparados para uma campanha de vacinação massiva.
"As vacinas são importantes, mas o que conta são as vacinações. Os Estados-Membros têm de se preparar agora. Estamos a falar de milhões de seringas, da organização de centros de vacinação, da formação de pessoal. Resumindo: tudo isto tem que estar preparado. Os Estados-membros têm que preparar a logística para a eventual implantação de centenas de milhões de doses. Porque esta é nossa solução para sair da pandemia", afirmou. Von der Leyen admitiu que os primeiros cidadãos europeus possam ser vacinados ainda antes do fim do ano.
A presidente da Comissão lembrou também que há milhões de europeus desesperadamente à espera dos apoios massivos da Europa para ajudar os Estados-membros a ultrapassar a crise. Os cidadãos europeus aguardam, incluindo húngaros e polacos, disse ainda a presidente. Mas os governos de Budapeste e Varsóvia não parecem impressionados e mantêm o impasse em torno do pacote de ajudas por rejeitarem um mecanismo que condiciona o acesso a fundos europeus ao respeito pelo Estado de direito.
Já em relação a outro dossiê também complexo - o Brexit e a futura parceria com o Reino Unido - Ursula von der Leyen disse que, neste momento, não sabe se haverá acordo. "Estes são dias decisivos para as nossas negociações com o Reino Unido. Mas sinceramente não vos posso dizer hoje se no final haverá um acordo".
Apesar de progresso nalgumas áreas está tudo ainda em aberto em relação ao desfecho das negociações, a poucas semanas de terminar o prazo de transição para obter um acordo sobre a futura relação entre a União Europeia e o Reino Unido.
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