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Entrevista Renascença

Luís Filipe Vieira e a oposição: "Não temo Noronha Lopes, mas para ele vale tudo"

27 out, 2020 - 12:45 • João Fonseca

O candidato pela lista A diz que não precisa do Benfica como escudo, fala de Manuel Vilarinho e dos seus adversários nas eleições de quarta-feira, com um em particular na mira: João Noronha Lopes.

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Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, afirma que é um candidato "confiante" às eleições do clube e sustenta esta certeza no trabalho que tem vindo a realizar desde que chegou ao Benfica. O candidato pela lista A defende que o seu projeto sempre teve o apoio da "grande maioria dos benfiquistas" e é por isso que se agarra às vitórias alcançadas em anteriores atos eleitorais.

"É sinal que estão felizes, e hoje não podem estar infelizes", diz, à Renascença. A frase é dita com o sentido de missão com que chegou à Luz a pedido de Manuel Vilarinho.

Foi em 2001 que começou a lançar as bases para um clube a necessitar de união e à procura de um rumo. Olhando para esse passado, hoje em dia, Vieira vislumbra sinais de quem esteja a tentar promover de novo "um Benfica fraturado", como aquele que encontrou e já nesses tempos em declarações a Bola Branca prometia acabar com "os papagaios e a feira de vaidades".

O candidato pela lista A, franze o sobrolho e promete luta com um alvo bem definido: "Não temo Noronha Lopes, mas vale tudo para chegar ao poder".

É aliás a esta candidatura que Luís Filipe Vieira aponta o dedo, para justificar o ataque feito nas redes sociais, por Bernardo Silva, à atual direção.

"De certeza que não foi ele que escreveu aquele texto. É impensável. Alguém se serviu dele e ele esteve disponível. Posso dizer-lhe que continuarei a apoiá-lo, porque é um benfiquista. Agora, ele não sabe qual é a realidade do Benfica, senão não tinha escrito o que escreveu. É bastante injusto e estou bastante magoado. Um dia havemos de nos encontrar, para ele olhar para mim e dizer-me se acha que eu sou mesmo aquela pessoa", afirmou.

A Bernardo Silva junta-se Manuel Vilarinho no rol das surpresas reveladas durante a campanha. O antigo presidente dos encarnados terá manifestado disponibilidade para colaborar com Vieira e Noronha Lopes.

"Para quem foi generoso com ele, para quem foi leal com ele, para quem trabalhou para que chegassem todos ao fim e chegados a este hora parece que está confundido. Sobre Manuel Vilarinho não quero adiantar mais. Não vou dizer que estou desiludido, mas desde a primeira hora, não era eu que tinha que falar com ele, era o contrário", atira.

O líder das águias nos últimos 17 anos, confia que "os benfiquistas estão acordados" e sublinha a saída prematura do seu opositor da direção de Manuel Vilarinho, quando o "Benfica viveu tempos difíceis", para realçar que "Noronha Lopes não teve influência nenhuma" no crescimento do emblema encarnado.

Sem se deter, Vieira passa ao ataque e responde aos que reclamam mudança de ciclo: "Há quem diga que estou demasiado velho, não sei o que querem dizer com isso. O que eu acho é que sou a única pessoa que consegue direcionar o Benfica na estratégia definida. Ela não acabou, encontro-me de perfeita saúde para levar o Benfica aonde eu quero", assegura.

E mais, a inevitável defesa aos que o acusam de utilizar o clube como escudo.

"Eu não preciso do Benfica, estão redondamente enganados. O que há, é muita gente preocupada com a minha continuidade e disso não tenho dúvidas", afirma.

Crente em mais um triunfo eleitoral e reafirmando que este será o seu último mandato, Vieira projeta Rui Costa como seu sucessor: "Daqui por quatro anos se o Rui estiver disponível para se candidatar, eu darei a minha opinião. O Rui representa o futuro, queira ele estar disponível e aí serão os sócios a escolher".

Concorrem às eleições do Benfica Luís Filipe Vieira (Lista A), que lidera o clube desde 2003, João Noronha Lopes (Lista B) e Rui Gomes da Silva (Lista D). A lista C, liderada por Luís Miguel David e com Bruno Costa Carvalho como figura principal, anunciou desistência esta terça-feira.

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