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​Odisseia marítima inspira exposição de Cristina Rodrigues no Museu de Arqueologia

13 jul, 2021 - 13:38 • Maria João Costa

“Clamor da Maré Cheia” é o título da exposição da artista Cristina Rodrigues. No jardim do Museu Nacional de Arqueologia, no Mosteiro dos Jerónimos, estão 12 esculturas de barcos e redes de pesca que representam a odisseia marítima.

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Clamor da Maré Cheia, atelier de Cristina Rodrigues (clique na seta para ver a fotogaleria)
Clamor da Maré Cheia, atelier de Cristina Rodrigues (clique na seta para ver a fotogaleria)

Doze esculturas de barcos e redes de pesca ocupam o jardim do Museu Nacional de Arqueologia, no Mosteiro dos Jerónimos. As obras criadas pela artista plástica Cristina Rodrigues para a exposição “Clamor da Maré Cheia” representam o Homem como explorador e evocam a aventura marítima.

A artista tem vindo a trabalhar a temática marítima desde há muito. Já antes, no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco tinha apresentado na exposição “Travessia” onde refletia sobre o drama dos refugiados que fazem a travessia do mediterrâneo.

Cristina Rodrigues, que foi também ela uma emigrante, ouviu para o efeito, durante 20 meses dezenas de migrantes vindos “da América Central, da América do Sul e de África que decidiram ir viver para a cidade de Madrid”, explicou na altura a artista à Renascença.

Agora, em Lisboa, nos jardins do Museu de Arqueologia volta ao tema do mar, mas para olhar para ele enquanto local de trabalho. As esculturas mostradas “são fruto de uma reflexão antropológica da autora sobre a odisseia humana. Em Lisboa, as peças compostas representam o Homem como explorador que criou um objeto capaz de atravessar o mar rumo ao desconhecido”, refere o comunicado sobre a exposição.


Esta mostra apresentada no Mosteiro dos Jerónimos faz parte de uma exposição com vários núcleos. A primeira parte foi apresentada em Vila do Conde e terá, depois de Lisboa, mais duas apresentações, nomeadamente no Mosteiro de Santo André de Ancede, em Baião, no dia 25 de julho e no Fórum Cultural de Ermesinde, a 31 de julho.

Nas duas ocasiões, em Baião e Ermesinde, nas datas de inauguração das instalações, haverá também um concerto com a cantora lírica Carla Caramujo, que interpretará obras de Hahn, Fauré, Puccini, Lacerda, Vianna da Mota, Grieg e Rachmaninoff, acompanhada por um quarteto de cordas composto por Álvaro Pereira e Evandra Gonçalves nos violinos, Luís Norberto na viola d’arco e Michal Kiska no violoncelo.

Segundo o comunicado sobre esta mostra de Cristina Rodrigues, “as esculturas que integram a obra - quase cinco dezenas de peças utilizam o ferro e redes de pesca como matéria de trabalho”. Trata-se de uma exposição polinuclear em que a artista pensa o Homem “como um ser curioso e trabalhador, capaz de enfrentar grandes adversidades por caminhos desconhecidos”.

Licenciada em arquitetura, Cristina Rodrigues nasceu em 1980 no Porto. Tem vindo a apresentar o seu trabalho na Europa, Ásia e América do Sul em diversas exposições solo. Algumas das suas obras integram coleções de museus e de entidades públicas nacionais e internacionais. A artista que tem um mestrado em História Medieval e do Renascimento pela Universidade do Porto, soma também um doutoramento em Arte e Design pela Manchester School of Art e já teve o seu trabalho exposto na Catedral de Manchester.

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