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Volta a Portugal. E no final ganha a W52-FC Porto

05 out, 2020 - 19:51 • Pedro Filipe Silva

A Volta a Portugal não aconteceu no momento e nos moldes esperados, mas mesmo assim não deixou de haver espetáculo nas estradas portuguesas. Se não acompanhou a competição não se preocupe, fazemos aqui o resumo.

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Escrever e falar da Volta a Portugal de manga comprida, casaco e com menos de 30 graus? Sim, é real. Em ano de pandemia a maior prova do ciclismo nacional aconteceu no Outono, foi mais curta (com oito etapas e um prólogo) e com todas as medidas de segurança e higiene. Entre tantas diferenças houve uma coisa que não mudou: o poderio da W52-FC Porto, que mais uma vez dominou a prova.

No Prólogo foi o “velhote” do pelotão a demonstrar que ainda tem uma palavra a dizer. Gustavo Veloso da equipa portista, com 40 anos e vencedor da Volta em 2014 e 2015, vestiu a camisola amarela no primeiro dia, depois do contrarrelógio de 7 quilómetros em Fafe. Foi mais rápido um segundo que Rafael Reis do Feirense e do colega de equipa Daniel Mestre.

E era precisamente para Mestre a vitória na 1ª etapa, no alto de Santa Luzia, em Viana do Castelo, mas Luís Gomes trocou as voltas. O jovem da Kelly/Simoldes/UDO ficou à frente de Daniel Mestre e de Gustavo Veloso, que manteve a liderança.

A 2ª etapa era a mais esperada. Todos sabiam que a Volta ia aquecer com a chegada à mítica Senhora da Graça, em Mondim de Basto. E se aqueceu. Num autêntico sobe e desce, com dois prémios de montanha de 4ª categoria e três de 1ª (a última a coincidir com a meta), Ricardo Mestre da W52-FC Porto, Daniel Silva e Hugo Nunes da RP-Boavista destacaram-se ao resistirem no grupo de fugitivos que se formou logo ao quilómetro 12.

Já na subida, em pleno Monte Farinha, Amaro Antunes e Frederico Figueiredo chegaram à frente e destacaram-se. Neste duelo foi o homem da equipa portista a levar a melhor. Arrancou rumo à liderança da prova, vestiu a camisola amarela e deixou o homem da Atum General/Tavira a 13 segundos.

Amaro Antunes, que este ano voltou ao pelotão nacional após uma temporada no WorldTour, ofereceu ainda a quinta vitória consecutiva à equipa portista na Senhora da Graça. Gustavo Veloso caiu para a terceira posição e ficou a 1 minuto e 13 segundos do colega de equipa. A partir daqui, etapa após etapa, foi este o trio que se manteve na frente até Lisboa.

A 3ª etapa podemos dizer que foi uma surpresa. O homem do dia foi Oier Lazkano da Caja Rural, que estragou os planos aos sprinters e venceu isolado em Viseu. Uma situação que não fez tremer os candidatos à vitória desta Volta a Portugal, que nesta altura já só pensavam na subida à Torre.

Foi precisamente a rainha das etapas, a da Serra da Estrela, que baralhou o "top-10". Jóni Brandão foi o mais forte de um grupo muito reduzido, logo à frente de Frederico Figueiredo e Amaro Antunes. O homem da Efapel tinha todos os motivos para sorrir com esta vitória, mas foi penalizado por abastecimento irregular na etapa. Um castigo de 20 segundos, que o empurrou de novo para a 5ª posição, a 1 minuto e 37 segundos do camisola amarela.

A quinta e sexta etapas são muito fáceis de contar, com Daniel Mclay a ser o mais forte, tanto na chegada a Águeda como a Torres Vedras. A equipa Team Arkea-Samsic fez um trabalho extraordinário ao colocar o seu sprinter na melhor posição para arrancar no momento certo e poder erguer os braços na linha da meta. Duas chegadas ao sprint que não mudaram em nada as contas da classificação geral.

Dia após dia a W52-FC Porto continuava a dominar por completo e ali permanecia na cabeça do pelotão. O mesmo não se pode dizer da Atum General/Tavira, do segundo homem da geral, que passou despercebida durante toda a competição.

A Efapel não se deu por vencida e na sétima e penúltima etapa mostrou-se novamente, através de António Carvalho. O ex-corredor azul e branco já tinha brilhado na subida ao ponto mais alto de Portugal continental e voltou a ser protagonista na Arrábida. Atacou, foi alcançado já na descida para Setúbal, mas no sprint final arrancou furioso para a vitória.

Chegados ao último dia, todos esperavam uma festa azul e branca em Lisboa. Foi uma dupla festa, porque Gustavo Veloso voltou a fazer das suas no contrarrelógio (onde é especialista), foi o mais rápido, subiu à segunda posição da geral e empurrou Frederico Figueiredo para o terceiro lugar. Amaro Antunes segurou a camisola amarela e venceu a Volta a Portugal pela primeira vez, com uma vantagem de 42 segundos sobre o colega de equipa e 52 segundos sobre o homem da Atum General-Tavira.

É mais uma vitória para a W52-FC Porto, a quinta consecutiva. A equipa supera assim as séries de triunfos dos azuis e brancos entre 1959 e 1962 e do Tavira entre 2008 e 2011.

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