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​FLAD compra arte e mostra a maior exposição de sempre da sua coleção no MAAT

23 set, 2020 - 16:38 • Maria João Costa

A celebrar 35 anos, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento mostra a sua coleção de arte no MAAT, na exposição “Festa. Fúria. Femina - Obras da Coleção FLAD”, até 25 de janeiro.

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Desafiado a olhar para a coleção de arte da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), o curador António Pinto Ribeiro propôs a inventariação do espólio, restauro das obras e o regresso a uma política de aquisições. Daí resultou o convite da FLAD, para pensar uma exposição que celebrasse os 35 anos da fundação e desse a conhecer ao público este acervo.

O resultado é agora mostrado ao público, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa.

“Festa. Fúria. Femina – Obras da Coleção FLAD” é uma exposição que reúne 228 obras de 61 artistas portugueses de várias gerações e que tem a curadoria conjunta de Sandra Vieira Jürgens e António Pinto Ribeiro.

Entre os artistas expostos estão nomes como Paula Rego, Alberto Carneiro, Helena Almeida, Julião Sarmento, Joaquim Bravo, entre outros.

Coproduzida pela Fundação EDP e pelo MAAT a exposição integra desenho, mas também fotografia e escultura, bem como as novas aquisições.

Pinto Ribeiro explica que depois de fazerem “um estudo com tempo da coleção”, propuseram o retomar das compras de arte. O programador cultural diz que este trabalho foi como “explorar um terreno novo, porque a coleção é muito pouco conhecida, mesmo entre a cena artística”.


Revelados são mais de 30 anos de arte, “que cobrem um período importante da produção artística em Portugal”, indica Pinto Ribeiro.

Já a curadora Sandra Vieira Jürgens fala na responsabilidade acrescida de estarem a trabalhar uma coleção que “não era vista há algum tempo”.

O título, que reúne três conceitos – Festa, Fúria e Femina –, surgiu a partir das obras. “Tivemos um olhar particularmente disponível, ao olhar para a coleção”, explica Pinto Ribeiro, numa entrevista que pode escutar no programa “Ensaio Geral” da Renascença na sexta-feira, depois das 23h00.

Para o programador cultural, “os três conceitos manifestaram-se, já estavam contidos na coleção e na seleção” feita para a mostra.


A exposição Festa. Fúria. Femina – Obras da coleção FLAD só é possível porque em 1986 Manuel Castro Caldas começou este acervo que reúne alguns dos principais nomes portugueses. Sandra Vieira Jürgens indica que há artistas “desde a década de 1960, como Paula Rego, depois a década de 1970 com Alberto Carneiro, Helena Almeida, Julião Sarmento, Joaquim Bravo ou Jorge Martins”.

A curadora acrescenta que tentaram “encontrar um diálogo muito forte” com artistas já da década de 1980, como “Pedro Casqueiro, Pedro Portugal e Pedro Proença”.

O arco temporal da exposição chega aos dias de hoje, devido também à política de aquisições que, entretanto, foi retomada pela FLAD. “Temos nomes das gerações mais recentes, como Sara Bichão, Sara Chang Yan, Nuno Nunes Ferreira”, explica Sandra Vieira Jürgens que considera “produtivo para o público” poder ver este “diálogo” entre diferentes gerações artísticas. “Isso torna mais rica a apresentação” conclui a curadora.

“Festa. Fúria. Femina – Obras da Coleção FLAD” vai estar patente até 25 de janeiro no MAAT, em Belém, a par de outra nova exposição do artista André Cepeda, intitulada “Ballad of Today” que reúne um conjunto de 80 fotografias a cores e a preto e branco, e em diversos formatos e modos de exposição. Na exposição, o artista retrata a cidade de Lisboa para onde se mudou há dois anos, vindo do Porto.

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