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Rio admite comissão de inquérito ao Novo Banco: "É mais grave do que eu pensava”

28 jul, 2020 - 15:58 • Redação

O líder social-democrata reagiu assim à notícia desta terça-feira do jornal “Público”, que dá conta da venda de um lote cinco mil imóveis a preço de saldo e concedendo um empréstimo ao comprador. "Isto é gozar com os portugueses e o Governo andou mal", critica Rui Rio, que admite um inquérito parlamentar.

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As suspeitas em torno dos negócios do Novo Banco “ganham cada vez mais consistência” e a situação pode ser “mais grave do que se pensava”, afirma o presidente do PSD, Rui Rio.

O líder social-democrata reagiu assim à notícia desta terça-feira do jornal “Público”, que dá conta da venda de um lote cinco mil imóveis a preço de saldo e concedendo um empréstimo ao comprador.

“A notícia vem demonstrar que as suspeitas que existem sobre os negócios do Novo Banco, que eu tenho vindo a alertar, ganham cada vez mais consistência”, declarou Rui Rio, em conferência de imprensa.

O líder social-democrata afirma que: se a notícia do “Público” “é como lá está, isto é mais grave do que eu pensava”. "Isto é gozar com os portugueses e o Governo andou mal", atira.

Rui Rio não compreende a venda de 5.500 imóveis num só lote, porque baixa o preços e "há muito pouca gente no mundo capaz de comprar" tantos imóveis de uma só vez.

"Parece que é tudo para vender barato, é tudo feito para perder, para dar mais-valias a alguém e o contribuinte português a pagar. Se isto é verdade, é gravíssimo", afirma o líder da oposição.

Rui Rio reforça as críticas aos contornos do negócio: aAquilo que é noticiado é que o Novo Banco vendeu a cinco empresas, que mais não são do que testas de ferro de um fundo num offshore, imóveis baratíssimos, com largas perdas que foram depois os contribuintes portugueses que pagaram”.

"Acresce que, ainda por cima, é o Novo Banco que empresta dinheiro a quem vai comprar os seus próprios imóveis. Praticamente um risco zero com ganho garantido, e esse ganho para eles é perda para todos nós, estimada na ordem dos 260 milhões de euros de impostos que nós pagamos para o Novo Banco - aparentemente, não sabemos - andar a fazer isto”, sublinha.

Para o líder do PSD, o Governo andou mal, porque "não podia entregar os milhões e milhões e milhões e milhões dos nossos impostos ao Novo Banco sem aferir se esses milhões de euros eram devidos ou se eram fruto de negócios que podem ser criminosos, podem ser ilegais, mas que eticamente são reprováveis".

Rui Rio, que já apelou a uma investigação "a sério" do Ministério Público aos negócios do Novo Banco, considera que "o Governo pagou, pura e simplesmente, e agora vai atrás do prejuízo. É muito dinheiro dos nossos impostos nisto".

O presidente do PSD também admite pedir uma comissão de inquérito aos negócios do Novo Banco, mas vai esperar por mais desenvolvimentos.

Em reação à notícia desta terça-feira do jornal "Público", o Novo Banco rejeita que tenha causado “prejuízos diretos” ao Fundo de Resolução com a venda de imóveis. “Esta operação não teve qualquer custo direto para o Fundo de Resolução, porque a generalidade dos imóveis não está coberta pelo mecanismo de proteção de capital”, garante a instituição em comunicado enviado às redações.

O Novo Banco também anunciou o envio à Procuradoria-Geral da República (PGR) de informação sobre vendas de imóveis, após o primeiro-ministro ter pedido proteção dos interesses estatais, e que as alienações do projeto Viriato não implicaram perdas diretas para o Fundo de Resolução.

Comentários
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  • ANTONIO FERREIRA
    28 jul, 2020 19:44
    É bom esclarecer tudo e rápidamente

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