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Fernando Araújo pede a nova direção executiva do SNS que fique acima de agendas políticas

22 mai, 2024 - 10:00 • Filipa Ribeiro

Ex-director da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde associa pedido de demissão a falta de confiança do governo e deseja que os novos nomeados para o cargo funcionem sem influência política.

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O agora ex-diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) defende que o órgão responsável pela saúde deve estar “acima de questões políticas ou agendas partidárias”.

Fernando Araújo foi ouvido esta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Saúde a pedido do Partido Socialista e desejou “sucesso” para nova direção.

"O meu desejo para a direção executiva é que tenhamos administração pública forte e resiliente com profissionais qualificados, motivado que estejam acima de agendas partidárias e que sigam o consentimento de serviço público, desejo a todos que tenham enorme sucesso nas suas tarefas”, disse.

Sobre a demissão disse que a direção executiva do SNS é um órgão técnico que deve “executar políticas públicas determinadas pelo governo da qual deve merecer a confiança” e que “nesse sentido a 22 de abril os elementos da direção executiva do SNS apresentaram à ministra da Saúde o pedido de demissão dos seus cargos”.

Fernando Araújo mostrou ainda disponibilidade para deixar na Comissão de Saúde o relatório sobre o que foi feito pela direção que administrou. “Apesar de nos terem dado 69 dias, realizamos a tarefa em metade do tempo de modo a permitir que a tutela posse executar as políticas e medidas necessárias para o SNS evitando sermos um obstáculo para a sua concretização”, disse.

Em causa está um relatório com mais de 600 páginas que descreve todas as medidas e estratégias desenhadas pela direção de Fernando Araújo que afirma ter trabalhado “de forma adequada sem conflitos e sobreposições”. Sobre o atraso nos resultados pretendidos o e diretor executivo do SNS sublinhou que a reforma do Serviço Nacional de Saúde se trata de “uma reforma complexa” e que “quem esperava resultados a 1 de janeiro de 2024 não conhece o que é uma reforma”.

Sobre a nomeação de dirigentes, o ex-diretor executivo do SNS considerou ser um “fardo”, mas que essa exigência foi assumida com “responsabilidade e compromisso” e que as nomeações nunca aconteceram “sobre pressão política”.

Afinal havia planos para o Verão e Inverno

Na comissão parlamentar de saúde Fernando Araújo esclareceu que a direção executiva do SNS tinha já desenhado os planos para o Verão e Inverno, contrariando a ministra da saúde que se disse no início do mês ter ficado surpreendida por não estar a ser preparado um plano.

O diretor demissionário do SNS avançou que quando entrou o governo está já prepara um plano para os próximos meses que “incluis medidas para enfrentar este verão e o próximo inverno de forma articulada e organizada”, garantiu. Aos deputados, Fernando Araújo explicou o porquê de esses planos nunca terem sido apresentados. Apesar de afirmar nunca ter conhecido a estratégia da nova ministra da saúde, Fernando Araújo diz ter assumido que as intenções e medidas do novo governo eram diferentes às pensadas pela sua direção executiva do SNS. “Não fazia sentido estarmos nós a aplicar um processo em que nós acreditávamos, que não era o que a nova equipa acreditava. O plano estava preparado, mas não era adequado porque havia um novo plano a ser desenhado por uma nova equipa e nós explicamos isso à senhora ministra”, afirmou Fernando Araújo.

Sobre o trabalho feito, Fernando Araújo realçou a redução do tempo na contratação de recursos humanos. “Eu demorava meses no Hospital de São João para contratar um médico” acrescentando que atualmente a direção executiva “responde em três dias úteis”.

Relativamente à sustentabilidade financeira do SNS, Fernando Araújo agora de saída afirmou que “continua a ser um problema”.

PS acusa nova ministra da Saúde de falta de respeito

No início da audição ao Director Executivo do SNS demissionário, o deputado João Paulo Correia acusou a nova ministra da Saúde de "ter forçado a demissão" da anterior DE-SNS. "Faz parte de uma estratégia de saneamentos que o governo da AD tem levado na Administração Pública", disse. João Paulo Correia afirma ainda que a nova ministra Ana Paula Martins é "responsável pela instabilidade no SNS".

Esta terça feira a nova ministra da Saúde não esteve presente para a entrega do relatório do trabalho da anterior Direção Executiva do SNS o que para o deputado do PS se trata " de uma falta de respeito".

[Notícia atualizada às 11h35 de 22 de maio de 2024]

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  • António dos Santos
    22 mai, 2024 Coimbra 14:05
    Lá continua a ministra da saúde a ser mentirosa!!! Este governo continua num lamaçal!!!

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