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​Capristano e a demissão de Luís Nazaré. "Não era o momento oportuno e haverá quem se aproveite disso"

29 mai, 2020 - 12:45 • José Pedro Pinto

​Antigo vice-presidente dos encarnados comenta, em Bola Branca, o delicado momento institucional que se vive para os lados da Luz e ainda o polémico processo de candidatura de Bruno Costa Carvalho às eleições de outubro.

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José Manuel Capristano considera que a demissão de Luís Nazaré da presidência da mesa da Assembleia Geral do Benfica deve ser encarada sob dois pontos de vista: por um lado, a enorme perda para os encarnados; por outro, o contexto inadequado em que a mesma surge.

Luís Nazaré comunicou ontem aos órgãos sociais do Benfica a demissão, argumentando "insuperável incompatibilidade de posições com a Direção acerca do formato e do sistema de sufrágio" das eleições marcadas para outubro deste ano.

Em causa, numa altura de pandemia da Covid-19, a divergência de opiniões relativamente ao que Nazaré defendia - voto digital - e ao que pretendia a direção encabeçada por Luís Filipe Vieira - voto presencial.

"Luís Nazaré entendeu que esta não era a forma mais correta, face ao momento que estamos a viver e tenho muita pena, porque acho que o Benfica perdeu um grande elemento", começa por dizer o antigo vice-presidente dos encarnados, em declarações a Bola Branca.

Concluindo que "não é um bom momento" para a segunda figura da hierarquia do Benfica bater com a porta, Capristano antevê já algum ruído que irá surgir em volta desta decisão de Luís Nazaré.

"Haverá pessoas a argumentar que há incompatibilidade grosseira entre os órgãos sociais e quem se aproveite disso. Não é o momento oportuno porque o Benfica não precisava disto, nesta altura crucial do campeonato e com eleições nos próximos meses. Mas não há mais do que este tema da forma como se iriam realizar as eleições", enfatiza o ex-dirigente das águias.

Bruno Costa Carvalho: do "nada a que se agarrar" à injusta comparação entre Vieira e Nicolas Maduro

Ora, a escassos cinco meses das eleições para os lados da Luz, Luís Nazaré bate com a porta mas essa não é a única polémica em curso.

Bruno Costa Carvalho, candidato derrotado em 2009 por Luís Filipe Vieira, volta a demonstrar intenção de ir a votos, mas uma alteração regulamentar e estatutária está a bloquear uma possível oficialização da candidatura do empresário nortenho.

Qualquer sócio que pretenda ser candidato à presidência do Benfica necessita de ter 25 anos efetivos de sócio. Bruno Costa Carvalho é associado há 18 anos e os números, para José Manuel Capristano, não deixam dúvidas.

"Para se ser candidato a presidente do Benfica, precisa de ter 25 anos de sócios. Se tem 18 anos de associado não tem condições. Quando se candidatou, em 2009, os regulamentos eram outros e, entretanto, foram alterados. Não vejo nada a que Bruno Costa Carvalho se possa agarrar", assinala, de forma liminar, tal como reage a uma controversa comparação feita por Bruno Costa Carvalho.

O empresário afirmou que o Benfica assemelha-se à Venezuela, acusando Luís Filipe Vieira de traços de liderança ditatoriais com paralelo no presidente daquele país, Nicolas Maduro.

"Mostra o caráter de quem o diz", comenta Capristano. "Comparar um ditador venezuelano ao homem que catapultou o Benfica é uma de injustiça a toda a prova e os benfiquistas saberão julgar na devida hora essas declarações. Não tenho nada contra Bruno Costa Carvalho mas essa terminologia não se adequa à minha forma de ver o Benfica, completa.

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