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"Exército" de 100 mil patos a postos para combater praga de gafanhotos no Paquistão

27 fev, 2020 - 23:53 • Redação

Há vinte anos, os patos provaram ser um método eficaz de controlar infestações de gafanhotos. Agora, a China vai enviá-los para impedir que a praga de gafanhotos chegue ao país.

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A China vai enviar um exército de patos para o Paquistão para combater uma enorme infestação de gafanhotos que está a ameaçar a segurança alimentar da região.

Pelo menos 100 mil patos vão viajar quase cinco mil quilómetros, desde província de Zhejiang, na China, até ao Paquistão, que divide uma fronteira com a província chinesa de Xinjiang.

A China Global Television Network (CGTN) escreveu no Twitter que 400 mil milhões de gafanhotos se aproximam da fronteira chinesa e, por isso, “um exército de 100 mil patos” está a ser reunido para se preparar para a potencial emergência.

Lu Lizhi, investigador no Instituto Provincial de Tecnologia Agrícola de Zhejiang, explicou ao jornal local “The Ningbo Evening News” porquê: há vinte anos, os patos provaram ser um método eficaz de controlar infestações de gafanhotos.

Em 2000, 700 mil patos e galinhas foram enviados para Xinjiang para controlar bandos de gafanhotos que estavam a devorar mais de 3.8 milhões de hectares de colheitas. Uma “arma biológica” escolhida por ser uma alternativa mais barata e amiga do ambiente do que usar pesticidas.

Na altura, investigadores perceberam que os patos eram mais eficientes do que as galinhas a devorar os insetos.

“Um pato é capaz de comer mais de 200 gafanhotos por dia”, explicou Lizhi ao jornal. Além disso, estes animais têm mais tendência a permanecer em grupo do que as galinhas.

A praga de gafanhotos levou o primeiro-ministro paquistanês Imran Khan a declarar emergência nacional no início do mês, para proteger colheitas e agricultores.

UE manda mais 10 milhões de euros para África

Mas o problema não é exclusivo do Paquistão. Também a África Oriental vive uma das “pragas de gafanhotos-do-deserto mais graves desde há décadas”.

Por isso, a Comissão Europeia decidiu doar mais 10 milhões de euros para o combate da praga, depois do milhão de euros dos fundos humanitários já mobilizado (na semana passada).

A praga mais destrutiva

O gafanhoto-do-deserto é considerado, ao nível mundial, a praga mais destrutiva causada por espécies migratórias. As perdas de culturas e alimentos nas zonas afetadas podem ser enormes, gerando impactos negativos diretos e dramáticos na agricultura e nos meios de subsistência.

Segundo a Comissão Europeia, a situação na África Oriental deteriorou-se rapidamente no espaço de um mês e a época das chuvas, que deverá começar em março, vem propiciar uma nova vaga reprodutiva destes insetos.

Estão já ser comunicados prejuízos nas culturas e nas pastagens no Quénia, na Etiópia e na Somália – os três países mais afetados – podendo as perdas alastrar rapidamente a outros países vizinhos, como o Jibuti, a Eritreia, o Sudão do Sul, a Tanzânia e o Uganda. O Iémen, o Sudão, o Irão, a Índia estão também em risco, além do Paquistão.

O plano de resposta da FAO estima que sejam necessários cerca de 70,3 milhões de euros para as ações mais urgentes, tanto no que respeita ao controlo dos gafanhotos-do-deserto como à proteção e à recuperação dos meios de subsistência agrícolas.

Comentários
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  • omemvenus uomem
    28 fev, 2020 Lisboa 07:54
    Já não vou morrer de fome vai ser arroz de pato todos os dias

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