21 fev, 2020 • José Bastos
Mais de 24 horas de negociações não foram suficientes para Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, aproximar posições na negociação do quadro financeiro da União Europeia no período 2021-2027.
Os dois lados continuam irredutíveis: numa das margens estão os países que defendem um orçamento mais ambicioso – o grupo conhecido como ‘amigos da coesão’ composto por capitais do sul e do leste, Portugal incluído, na outra margem estão os chamados ‘países frugais’, os mais ricos (Suécia, Holanda, Dinamarca e Áustria) reunidos em encontros onde Merkel e Macron estão também presentes.
“Não foi possível. Precisamos de mais tempo”, disse Charles Michel depois de constatar o fracasso e sem avançar com datas para uma próxima cimeira. “Às vezes é necessário deixar as propostas amadurecer”, indicou Ursula von der Leyen. “Ainda não estamos lá, mas vamos no bom caminho”, dizia a líder da Comissão Europeia.
Pela frente fica um processo negocial ambicioso com uma complexa geometria de alianças para tentar cobrir o buraco anual de 12 mil milhões de euros anuais deixado pelo Brexit.
Pedro de Gouveia e Melo, vice-presidente da UAE, União de Advogados Europeus, analisa a saída do Reino Unido, as negociações a manter entre Bruxelas e Londres para a futura relação com a União Europeia e a dificuldade em chegar a acordo para o quadro financeiro plurianual.
Especialista em direito comunitário e regras do mercado interno na MLGTS, Pedro de Gouveia e Melo desenvolve também a sua atividade na área do direito de concorrência internacional.
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus.