31 jan, 2020 • José Bastos
23 de junho de 2016. A Europa despertava com espanto depois de 51,9% dos eleitores britânicos terem votado em referendo pela saída da União Europeia. Em Bruxelas ninguém o sobressalto.
Desde Junho de 2016 as surpresas multiplicaram-se: a data de saída, inicialmente prevista para 29 de março de 2018, foi adiada por três vezes e dois primeiros-ministros, David Cameron e Theresa May, ficaram pelo caminho. Agora esta noite de 31 de janeiro muda a história. Quando os relógios marcarem em Portugal as onze da noite, o Reino Unido abandona a União Europeia ao fim de 47 anos.
O que os partidários do Brexit procuravam é que o cenário mude, mas não significa que de um dia para o outro britânicos e o resto dos europeus diferenças substanciais. Porque já amanhã o Reino Unido deixa de ser membro de pleno direito da UE, mas continua no mercado único e na união aduaneira mais onze meses.
Assim, um novo ciclo pleno de incógnitas começa a 1 de fevereiro quando se inicia o período de transição em que Londres e Bruxelas terão de alcançar os acordos definidores da sua futura relação.
O quadro a resultar dessas negociações irá definir até que ponto a realidade irá mudar para as empresas e cidadãos europeus e nem tudo parece simples. Na prática há uma nova data a sublinhar com marcador fluorescente nos calendários: o 31 de dezembro de 2020.
Bernardo Ivo Cruz, cientista político, administrador executivo da SOFID e editor do projecto London Brexit Monthly Digest antecipa os desafios da União Europeia no regresso em força da geopolítica ao cenário global depois deste 31 de janeiro de 2020.
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus
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