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Jacinto Lucas Pires-Henrique Raposo
Um escritor, dramaturgo e cineasta e um “proletário do teclado” e cronista. Discordam profundamente na maior parte dos temas.
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Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo - Dúvidas OE 2020 e tensão no Médio Oriente - 06/01/2020

Henrique Raposo

"Trump é uma espécie de inferno pós-moderno"

06 jan, 2020


Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires comentam a tensão no Médio Oriente e o Orçamento do Estado para este ano, com as dúvidas levantadas pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

Será que o ataque norte-americano que matou o general iraniano Qassem Soleimani se justifica? Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo mostram-se muito críticos face à atitude da administração Trump.

“O Trump é uma espécie de inferno pós-moderno: não há moral, não há estratégia, não há pensamento, andamos ao reboque dos seus instintos e emoções e os seus interesses. Ele precisa de uma guerra porque se sente apertado internamente”, afirma Henrique Raposo.

“Alegam que isto é igual a abater o bin Laden, mas não é”, sublinha. “O bin Landen era um terrorista internacional, era um pária, não era de um Estado. E atacou os EUA. Abater o bin Laden era uma espécie de Direito Internacional, isto é um ato de guerra clássico”, sustenta.

Henrique Raposo diz que esta situação lhe faz lembrar “aqueles miúdos que atiram as bombas de mau cheiro e depois vão embora. O que fazemos agora? Vamos atirar mais 50 mísseis para o Irão, vamos provocar outra guerra? Não aprendemos nada com o Afeganistão, com o Iraque?”, questiona.

Jacinto Lucas Pires alinha pelo mesmo diapasão e diz que Donald Trump “trouxe problemas ao problema”. “É Trump a seguir os seus impulsos mais primários e não é sem pensar duas vezes, é sem pensar uma vez!”, diz.

Sobre o Orçamento do Estado para este ano e as dúvidas existentes, os dois comentadores concordam na falta de clareza da proposta do Governo.

“Falta saber o que é que Mário Centeno pretende cativar”, diz Jacinto Lucas Pires, para quem “há aqui uma grande opacidade. Não se percebe os números nem para quê e não se pode dizer que vamos fazer isto e depois não dar dinheiro para isso”.

Henrique Raposo recorda que “quando a direita fazia isto, a esquerda dizia que era austeridade e neoliberalismo e agora quando é a esquerda a fazer são contas certas e poupança”.

O comentador defende também que “na austeridade há um valor moral que é proteger os nossos filhos, os nossos netos. Temos de poupar, temos de diminuir a dívida para deixar às gerações futuras algo menos penoso do que isto.”

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