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​José Neto: “Com VAR o FC Porto teria ganho a final da Taça das Taças”

23 out, 2019 - 14:20 • Pedro Azevedo

Portistas reencontram o Rangers, 36 anos depois de um triunfo sobre os escoceses na caminhada para Basileia, onde perderam em 83/84 a final da Taça das Taças frente à Juventus.

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O FC Porto reencontra esta quinta-feira para a Liga Europa, o Rangers da Escócia, uma das vítimas da equipa portuguesa até á final de Basileia, em 1984, a primeira final europeia dos portistas.

Frente à Juventus, na final da Taça das Taças, a 16 de Maio de 1984, o Porto perdeu por 2-1 frente á Juventus de Paolo Rossi, Boniek e Platini.

José Neto integrava a equipa técnica de José Maria Pedroto nessa época de 1983/1984. Em entrevista a Bola Branca, o treinador recorda a caminhada até uma final com resultado injusto. “Foi uma época inesquecível. Pedroto estava muito á frente no tempo. Fazíamos de cada jogo um processo de análise. Era uma equipa que jogava de olhos fechados. Foi uma pena o Sr. Pedroto não poder estar connosco na final. Jogamos contra um monstro sagrado e hoje se houvesse o VAR provavelmente teríamos ganho. Mas deixamos bem alto a bandeira da nossa competência, nascendo aí um FC Porto aglutinador para o futuro”, considera.

Ainda sobre o FC Porto de 1983/84 onde alinhavam jogadores como João Pinto, Eurico, Rodolfo, Frasco, Jaime Pacheco, Jaime Magalhães, Costa, Walsh e Gomes, José Neto recorda dados estatísticos que diferenciavam o coletivo. “A equipa era um carrossel mágico. Tínhamos uma média de posse de bola de 13’09’’ sobre o adversário. Fazíamos uma média de 24 ataques para 12 remates e um golo. Contra-ataques que demoravam 12 segundos em que a bola passava por quatro jogadores para chegar ao êxito. Tínhamos Fernando Gomes que foi bota de ouro nesse ano com um golo a cada 4,7 remates, em três zonas da área. Duas épocas depois ganhou a segunda bota de ouro com um golo em cada, 3,6 remates”, detalha.

Rangers, o primeiro de seis jogos em 18 dias

O jogo do FC Porto frente ao Rangers para a Liga Europa é o primeiro de seis jogos em 18 dias, até à próxima paragem do campeonato para os encontros das seleções. Por esta ordem, o FC Porto irá defrontar: Rangers, Famalicão, Marítimo, Aves, Rangers (na Escócia) e Boavista.

José Neto acha que o regresso a casa dos jogadores pode ser importante no aspeto anímico. “É um plano competitivo assente nos princípios que já estavam devidamente previstos pela estrutura técnica de excelência do FC Porto. Os jogadores estão com desejo e sede de estar na roda internacional onde são mais evocadas as suas competências. Esta saudade imposta pelo desejo de retorno à família pode ser capitalizado para o sonho. A família congregada num espírito de combate. Nada melhor como voltar á casa para fazer da casa um plano de convicções onde se possa exaltar o êxito. Estou convencido que isso pode acontecer porque nada pior que estar tanto tempo afastado de um núcleo para depois se fazer uma retoma com tantos jogos cravados numa série competitiva elevada. Mas aí está o segredo, a metodologia e competência de uma estrutura que está altamente valorizada dentro da base temática do FC Porto”, sublinha.

José Neto é Docente Universitário, Metodólogo de Treino Desportivo, Mestre em Psicologia Desportiva, Doutorado em Ciências do Desporto e Formador da FPF/UEFA.

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