Tempo
|
A+ / A-

Comissão de Finanças venezuelana pede proteção de ativos do Estado em Portugal

05 fev, 2019 - 06:21

Pedido já foi enviado a Juan Guaidó. Os ativos estão em contas do Novo Banco.

A+ / A-

A Comissão de Finanças da Assembleia Nacional venezuelana, maioritariamente da oposição, pediu a proteção de ativos do país no Novo Banco em Portugal ao autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó.

“Hoje [segunda-feira] fizemos chegar ao Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, a informação sobre as contas nas quais se encontram os ativos do Estado venezuelano em Portugal, para pedir perante o Novo Banco e o Governo [português] a proteção dos ativos da Venezuela nesse país”, escreveu, na sua conta na rede social Twitter, o presidente daquela comissão, o deputado Carlos Paparoni.

A informação foi entregue a Guaidó, atual presidente da Assembleia Nacional, e visa a proteção desses ativos que, segundo o presidente daquela comissão, são de contas em Portugal, no Novo Banco.

Carlos Paparoni sublinhou que o pedido é feito "desde a Comissão Permanente de Finanças da Assembleia Nacional da Venezuela, o único poder legítimo no país” e segundo “o acordo aprovado por unanimidade [no parlamento] em 15 de janeiro de 2019", para "proteger os ativos do Estado venezuelano".

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos da América e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, maioritariamente da oposição, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas. Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, anunciou que Portugal reconhece e apoia a legitimidade de Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela com a missão de organizar eleições presidenciais livres e justas.

Também na segunda-feira Portugal e outros 18 países da União Europeia assinaram uma declaração conjunta de reconhecimento a Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, maioritariamente da oposição, como “presidente interino da Venezuela” com o objetivo de convocar “eleições presidenciais livres, justas e democráticas”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+