02 fev, 2018 - 13:39
“Afirmo, de forma perentória, que estou de consciência totalmente tranquila. Não pratiquei qualquer ilícito que me possa ser imputado”. O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, assumiu a estupefação com a associação do seu nome à Operação “Lex”, que investiga suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal.
Luís Filipe Vieira e o vice-presidente do clube Fernando Tavares são dois dos 13 arguidos da operação “Lex”, entre os quais os juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante.
“No decurso desta semana, o meu nome tem sido associado a um processo judicial que tem alimentado as mais diversas especulações, algumas já desmentidas, sobre factos respeitantes à minha vida pessoal e enquanto presidente do Sport Lisboa e Benfica. Nunca, ao longo dos meus sucessivos mandatos como dirigente e presidente do Sport Lisboa e Benfica, confundi ou misturei a minha vida pessoal e profissional com a instituição Sport Lisboa e Benfica”, prosseguiu o dirigente desportivo num comunicado enviado à Agência Lusa, assegurando ser o “mesmo de sempre que chegou ao Benfica, há 18 anos”.
No mesmo comunicado, assume-se tranquilo e disponível para colaborar na justiça, em que diz confiar.
“Confio na Justiça. Espero e exijo dela a pronta reposição e esclarecimento da verdade, para o qual manifesto a minha total disponibilidade. Quero transmitir a todos os meus amigos, a todos os benfiquistas e aos portugueses em geral que nada temo e que estou tranquilo porque estou seguro da minha conduta em todos os domínios da minha vida”, frisou o presidente do clube, reiterando intransigência “na defesa do prestígio, imagem e futuro do Sport Lisboa e Benfica”.
A Operação “Lex”, que nasceu de uma investigação anterior, denominada Rota do Atlântico, centra-se nas suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem, branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal.
Na operação, desencadeada na terça-feira, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente às casas dos juízes rui Rangel e Fátima Galante e aos gabinetes do Tribunal de Relação, ao Sport Lisboa e Benfica, à casa de Luís Filipe Vieira e a três escritórios de advogados.
Os interrogatórios judiciais dos cinco detidos começaram na quarta-feira ao início da noite no Supremo Tribunal de Justiça, onde o processo corre termos, dado que envolve dois juízes desembargadores, e é dirigido pelo juiz conselheiro Pires da Graça.
Há 13 arguidos. Segundo a RTP, o último é Nuno Proença que é suspeito de, alegadamente, ter ajudado o juiz Rui Rangel a ocultar dinheiro utilizando uma sua conta bancária.