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"Comportamentos rurais". Marcelo recusa que declarações sobre Montenegro sejam ofensivas

24 abr, 2024 - 18:11 • João Pedro Quesado

Num encontro com jornalistas estrangeiros, o Presidente da República disse que o ex-primeiro-ministro "era lento por ser oriental". Esta quarta negou ter chamado a PGR de "maquiavélica" e considera que foi "muito cuidadoso" com as palavras.

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Marcelo Rebelo de Sousa recusou, esta quarta-feira, que tenha feito declarações ofensivas sobre Luís Montenegro num encontro com jornalistas estrangeiros, onde disse que o primeiro-ministro tem "comportamentos rurais" e que António Costa era "lento" por ser "oriental".

Questionado pelos jornalistas no fim de uma aula-debate sobre o 25 de Abril no Largo do Carmo, o Presidente da República considerou que as declarações não podem ser consideradas ofensivas "de maneira nenhuma", e disse que as palavras foram "muito explicativas para jornalistas estrangeiros".

"Tive ocasião de, respondendo a jornalistas estrangeiros, referir como o primeiro-ministro tinha muito a ver com o PSD profundo, um PSD de base rural urbana. Foi assim a raiz do PSD, ao contrário de outros partidos, como o PS", a quem Marcelo atribui raízes baseadas "na realidade estritamente metropolitana citadina que sempre definiu o PS".

Para Marcelo, Luís Montenegro tem "um estilo diferente, muito diferente do estilo do primeiro-ministro anterior. É um estilo que está a surpreender, que vai surpreender e por isso eu disse que há um lado imprevisível nele que tem a ver com essa imaginação", que disse não se poder "subestimar".

Num jantar com correspondentes estrangeiros na noite de terça-feira, o chefe de Estado português referiu, segundo o jornal brasileiro "Correio Braziliense", que Montenegro é "uma pessoa que vem de um país profundo, urbano-rural, com comportamentos rurais", o que torna o atual primeiro-ministro "difícil de entender" e "completamente independente, não influenciável e improvisador".

No mesmo jantar, o Presidente da República declarou que "António Costa era lento, por ser oriental" e considerou ainda que Portugal deve pagar pelos crimes de escravatura da época colonial, altura em que o país traficou quase seis milhões de africanos.

Sobre o caso das gémeas, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que estar de relações cortadas com o filho, Nuno Rebelo de Sousa, que está no centro da polémica.

"Não falo com ele. Não falo em geral, ponto," declarou, esclarecendo que sente "muita mágoa" e que passou "cinco meses sem nenhuma explicação da matéria" pelo filho.

O Presidente da República também recusou ter dito que Lucília Gago, a Procuradora-Geral da República, foi "maquiavélica". "Fui muito cuidadoso como o que disse", sublinhou.

[notícia atualizada às 18h45]

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