06 mai, 2016 - 15:40 • Paula Caeiro Varela , enviada a Moçambique
Marcelo Rebelo de Sousa visitou esta sexta-feira um mercado e uma escola, em Maputo, espalhou alegria, boa disposição e, nas entrelinhas, mensagens políticas para Lisboa.
Na escola profissional de São Francisco, projecto com apoio financeiro português, o Presidente da República experimentou tarefas de todos os ofícios e começou por fazer um bloco de cimento.
“Estamos a compactar que a vida está difícil. Compactar é sempre o mais complicado. Sou um homem de afectos, não presidencialista, portanto não posso usar muita força. Está compactado. Vê como é que um afecto pode compactar?”, disse Marcelo a um dos alunos enquanto metia mãos à obra.
Meia palavra chega para bom entendedor, mas o Presidente quis dar o recado todo. Do distrito de Marracuene para Lisboa, enviou a mensagem ao Bloco de Esquerda, que o acusa de querer presidencializar o regime.
Marcelo deixou claro que prefere o afecto à autoridade. “Tudo o que seja estar próximo das pessoas em termos de afecto, de proximidade de ideias é mais importante que a autoridade nua e crua. É muito mais eficiente o afecto do que a bengala”, justifica.
A bengala foi um presentes que recebeu esta sexta-feira no mercado municipal de Maputo, um lugar de memórias onde Marcelo foi estrela, outra vez.
Entre as bancas da fruta, hortaliça e do peixe e caranguejo, o Presidente distribuiu os beijos e abraços do costume, pegou em crianças ao colo, posou para as fotos do costume e saiu abastecido com caju, açafrão e caril.
A visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique termina esta sexta-feira com um jantar que volta a juntar os Presidentes dos dois países.