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Tutti Frutti. Marcelo defende que justiça tem de ser mais rápida

04 fev, 2025 - 20:36 • Lusa

Presidente aproveita processo de corrupção para defender debate sobre reforma da Justiça.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defende, a propósito do processo "Tutti Frutti", que a justiça em Portugal tem de ser mais rápida, referindo-se aos efeitos de casos que envolvem pessoas em funções públicas.

Em declarações aos jornalistas em Praga, onde chegou para uma visita oficial à República Checa, o chefe de Estado foi interrogado se "uma justiça tardia serve", tendo em conta as acusações deduzidas esta terça-feira pelo Ministério Público no âmbito do processo "Tutti Frutti" .

"Toda a gente sabe que uma justiça tardia não é uma justiça tão justa quanto uma justiça rápida, e portanto daí tantos falarem na reforma da justiça e tanto se ter feito para haver um debate sobre essa matéria", respondeu Marcelo Rebelo de Sousa.

A seguir, interrogado se considera "um mal necessário" que a demora de alguns processos judiciais leve detentores de cargos públicos a afastarem-se da política, acabando depois por não ser acusados, o Presidente da República afirmou: "Por isso é que a justiça tem de ser mais rápida".

"Porque, perante a evolução dos processos, é muito difícil aos que estão em funções públicas ou políticas continuarem a fazer a vida como se nada acontecesse. São constituídos arguidos ou, mais do que isso, são acusados, é muito difícil continuarem o exercício de funções. Se a justiça demorar dez anos, quinze anos, vinte anos a exercer-se, quinze anos depois a vida das pessoas, das instituições e da sociedade portuguesa mudou completamente", argumentou.

Sem nunca falar de casos concretos, o Presidente da República mencionou que "já aconteceu, inclusive, no meio financeiro, haver decisões que chegam quando as pessoas ou já morreram, ou estão tão doentes, tão doentes, tão doentes que verdadeiramente isso já não mudou nem a vida das instituições nem das pessoas".

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que "tudo aquilo que se puder fazer para a justiça ser mais rápida é melhor, porque é estabilizador" para o país.

"E a ministra da Justiça já disse que está disponível, o presidente da Assembleia da República disse que estava disponível, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça estava disponível. Portanto, quer dizer que muitos dos principais envolvidos estão disponíveis", salientou.

O Ministério Público deduziu hoje acusações contra 60 arguidos no âmbito do processo "Tutti Frutti" por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência. Entre os acusados estão dois deputados do PSD e autarcas deste partido e do PS.

Fernando Medina, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e Duarte Cordeiro, ex-ministro do Ambiente, dirigentes do PS, não foram acusados pelo Ministério Público.

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  • Anastácio Lopes
    05 fev, 2025 Lisboa 10:05
    Será conveniente recordar o ainda PR que tem, como todos, entre outros, os Princípios da Coerência, Igualdade e Transparência para saber respeitar e não só quando lhe dá jeito, como o está a fazer no caso que agora comento. Então senhor PR, que disse no ato da sua posse, ser PR de todos os portugueses, como se explica, compreende e aceita esta sua observação da Justiça ter de ser mais rápida para este processo e não para todos como por exemplo, o de Sócrates, dos incêndios em Pedrógão e outros locais, sem esquecer as centenas de portugueses que morrem sem que a Justiça humana lhes seja feita porque os políticos como a sua pessoa, continuam, impunemente a permitirem que a Justiça finja funcionar para os que querem, em particular para os políticos e seja bem mais célere para quem algo rouba para matar a fome? São estas as suas isenções, imparcialidades e responsabilidades senhor PR?
  • Convém que assim sej
    05 fev, 2025 País 08:47
    A Justiça está como está, porque convém a muito "boa gente" que assim seja. Já pensaram que com uma justiça célere e certeira, a quantidade de processos que eram postos contra governantes e o próprio governo? Isso não convém à malta política.

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