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Espião português. "Um caso espantoso" que deverá dar cadeia

06 jun, 2016 - 11:30

Rui Pereira, ex-ministro da Administração Interna, antevê que "não será muito difícil produzir prova neste caso".

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O antigo ministro da Administração Interna Rui Pereira afirma que o espião português Frederico Carvalhão Gil, detido em Roma, Itália, poderá vir a ser acusado de vários crimes com molduras penais de pena de prisão.

O agente do SIS, detido em flagrante delito, na capital italiana, a vender informações da NATO a um espião russo, já foi extraditado de Itália, tendo chegado na noite de domingo a Lisboa.

"Se se confirmarem as notícias que têm vindo a público, o que terá acontecido é, em primeiro lugar um crime de espionagem, que seria agravado por se tratar de um agente de um serviço de informações, e esse crime é, abstractamente, punível com pena de prisão de cinco a 15 anos. Para além disso, como o crime terá sido cometido, alegadamente, por razões financeiras, haverá um crime de corrupção passiva e o crime de corrupção passiva é punível, também em abstracto, com uma pena de um a oito anos de prisão", diz o antigo ministro à Renascença.

Rui Pereira admite, ainda, que possa haver também "um crime de branqueamento, por ter havido dissimulação dos proventos do crime de corrupção", embora essa seja uma abordagem "um pouco especulativa".

O antigo ministro socialista antevê que "não será muito difícil produzir prova neste caso, porque é um caso espantoso em termos de espionagem, já que, alegadamente, houve flagrante delito e o flagrante delito é um dos casos em que a prova é mais fácil de produzir".

O agente do Serviço de Informações de Segurança (SIS) vai ser presente na terça-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Central de Instrução Criminal para aplicação de medidas de coacção, disse à Lusa fonte judicial.

Frederico Carvalhão Gil aterrou em Lisboa no domingo à noite, depois de a justiça italiana - designadamente o 'Corte d'Appello di Roma´ - ter autorizado a extradição do agente para Portugal em cumprimento de um mandado de detenção europeu.

O espião foi detido em flagrante delito, em Roma, a vender informações da NATO (Organização do Tratado Atlântico Norte) a um espião russo detentor de passaporte diplomático no âmbito da operação "Top Secret", que terminou a 22 de Maio. Em causa estão crimes de espionagem, violação de segredo de Estado, corrupção e branqueamento relacionados com suspeitas de transmissão de informações, a troco de dinheiro, por parte do funcionário do SIS ao agente dos serviços de informações russos.

Comentários
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  • Eduardo
    06 jun, 2016 Lagos 13:49
    Para quê que o homem vai a julgamento, se estes arautos do direito, já sabem tudo e dizem tudo. Este professorzeco que depois de virar ministro, virou fazedor de opinião, tal como o outro garoteco que se diz professor de direito, esquecem-se das elementares regras de direito. Daqui a nada o espião cometeu 20 crimes.....
  • Antonio Rodrigues
    06 jun, 2016 Viseu 12:53
    Prisão é pouco. Sendo Portugal uma potência de estratégica-militar ao nível dos EUA, penso que no mínimo a pena de morte .

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