23 mai, 2016 - 19:05 • Celso Paiva Sol
A polícia judiciária italiana deteve duas pessoas, em Roma, uma das quais um funcionário do Serviços de Informações de Segurança (SIS), por suspeita de espionagem, corrupção, violação do segredo de Estado e branqueamento de capitais. A Renascença apurou que há suspeitas de que o agente do SIS vendia informações classificadas a um serviço secreto russo.
O homem do SIS vendia sobretudo informações relativas à segurança do Estado português, sabe a Renascença.
Os dois homens foram detidos pela polícia italiana e assim vão ficar até que haja uma decisão sobre o pedido de extradição da justiça portuguesa.
Dentro do SIS, as suspeitas começaram em 2015. Quando se mostraram mais consistentes, foram transmitidas ao Ministério Público. Foi o próprio Júlio Pereira, o secretário-geral do Sistema de Informações, que comunicou essas suspeitas à Procuradoria-Geral da República.
A investigação do DCIAP e da Unidade de Combate ao Terrorismo da Judiciária já dura há vários meses, mas foi a iminência de um novo encontro entre o funcionário investigado e um suposto espião russo que acabou por precipitar a detenção.
Os investigadores souberam da viagem até Roma e, em poucos dias, foram emitidos dois mandatos europeus de detenção e uma carta rogatória pedindo a apreensão de todo o tipo de provas. Foi ainda decidido enviar inspectores da PJ para a capital italiana – uma operação-relâmpago que envolveu a Interpol, o Eurojust e a polícia italiana.
No terreno, a operação só avançaria se houvesse mesmo encontro entre o espião português e o alegado espião russo, o que viria a acontecer no sábado, à hora do almoço. Ao que a Renascença apurou, este não foi o primeiro encontro que teve com emissários russos.