29 abr, 2024 - 12:30 • João Fonseca
Depois do comunicado que quebra o “silêncio doloroso”, as palavras do representante de Iván Jaime a Bola Branca. O jogador está afastado do grupo desde meados de abril e revela agora, no pós-eleições, o sentimento de injustiça.
“Ele está em condições que nos parecem questionáveis para o profissional que ele é. Estamos, neste momento, a averiguar todas as situações. Mas ele está completamente fora do grupo. (...) Ele treina em condições que temos dúvidas que sejam as melhores e legalmente impostas”, confirma à Renascença Clemente Araújo, que lamenta que o jogador não possa "exercer a profissão na sua plenitude”.
O representante do futebolista espanhol, o responsável pela CAA Stellar em Portugal, garante ainda que o departamento legal daquela empresa “já está a estudar o caso”, assim como a administração da mesma, que “irá tomar todas as medidas necessárias para que o bom nome do Iván seja reposto e para que possa prosseguir com a sua carreira”.
Clemente Araújo garante que as notícias que vieram a público, que apontam para a falta de compromisso do atleta, “não correspondem à verdade” e esclarece: “Nem o Iván Jaime sabe porque está nesta situação e nada fez para estar nesta situação”.
O representante do ex-futebolista do Famalicão revela ainda que foram feitas “várias diligências” junto do FC Porto, em vão. “Nada nos foi comunicado, não conseguimos obter qualquer resposta do porquê desta situação.”
No fundo, “têm sido duas semanas muito difíceis”, confirma Araújo. “O contexto do FC Porto, as eleições, não permitiu que efetuássemos qualquer ação. Não queríamos tomar partido por nenhuma das partes. Tem sido muito doloroso, principalmente para o Iván. Ninguém, inclusive o jogador, sabe porque estamos nesta situação. E isso é muito doloroso”, reforça.
A história remonta a meados de abril, nomeadamente a 16 de abril, quando foi noticiado que Sérgio Conceição afastou dos trabalhos Iván Jaime, André Franco, Jorge Sánchez e Toni Martínez, sugerindo que o compromisso daquele futebolistas não estava de acordo com as exigências de um clube como o FC Porto, onde, segundo o treinador, não se deve sorrir quando não se ganha.
Questionado sobre o tema, na entrevista dada à Renascença em 17 de abril, o presidente Pinto da Costa referiu-se diretamente ao espanhol. “O Iván Jaime era um talento no Famalicão, era desejado por todos, e de facto não se adaptou ainda convenientemente e não tem rendido o que nós esperávamos e justifica pelo que custou”, afirmou o dirigente.
“Os jogadores têm de sentir que para estarem a jogar têm de estar no máximo, têm de ser jogadores à Porto”, disse ainda Pinto da Costa. “O ser jogador à Porto não é chutar mais alto nem mais baixo, é ter uma entrega total nos 90 minutos de jogo, esteja a ganhar, esteja a perder. Estou convencido de que esses jogadores, que momentaneamente se afastaram desse espírito, vão ser recuperados e seguir o caminho correto.”
E disse mais: "Às vezes acontece com todos. Não é uma questão de qualidade, costuma dizer-se que no melhor pano cai a nódoa, mas às vezes sinto, e o treinador também e quando sente isso age para espicaçar até os próprios jogadores, que há jogadores que se entregam e que não lutam para virar as coisas como é preciso".
Sérgio Conceição, fintou a questão na altura, e atirou: "Mas agora eu tenho de justificar o meu trabalho? Para jogar no FC Porto, não basta ter contrato".