31 mar, 2017 - 10:16
Veja também:
Bruxelas admite que as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia não vão ser fáceis e aponta como prioridade minimizar, junto dos cidadãos, o impacto dessa decisão.
“O nosso dever é minimizar a incerteza e a ruptura causada pela saída do Reino Unido junto dos cidadãos, empresários e Estados-membros. Como já referi, trata-se de controlo de danos. Temos de pensar nas pessoas primeiro”, destacou o presidente do Conselho Europeu, esta sexta-feira, numa conferência de imprensa em Malta.
“Cidadãos de todo o Reino Unido que vivem, trabalham e estudam no Reino Unido: enquanto o país for membro da União Europeia, os vossos direitos estão totalmente protegidos”, acrescentou Donald Tusk, naquela que é a sua resposta à carta enviada pela primeira-ministra britânica e que deu início ao Brexit, na quarta-feira, dia 29.
As negociações começam no próximo mês e Bruxelas admite que não serão fáceis. Mas Tusk quer todos a uma só voz.
“Esta é a verdade: todos os 27 querem e vão estar unidos durante as negociações. E não tenho dúvida de que é do nosso interesse comum, bem como do interesse do Reino Unido. Se querem alcançar um acordo construtivo, terão de negociar com os 27 Estados-membros como um só. Este é o único caminho para conseguir algo neste difícil processo”, destacou.
“As conversações que irão começar serão difíceis, complexas e muitas vezes de confronto de posições. Não há volta a dar”, reconhece. Ainda assim, o presidente do Conselho Europeu garante: “A União a 27 não tem nem vai enveredar por uma abordagem punitiva. O Brexit, por si só, já é suficientemente punitivo”.
O processo de saída do Reino Unido da União Europeia começou com o resultado do referendo de 23 de Junho de 2016, em que uma maioria de 52% dos britânicos decidiu a favor da desvinculação da União Europeia.
O Governo passou para as mãos de Theresa May, que estabeleceu o final de Março como data limite para activar o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, o passo formal que desencadeia a saída formal do espaço comunitário. Tal aconteceu na passada quarta-feira, iniciando-se agora as negociações que deverão durar dois anos.
A separação do Reino Unido deverá efectivar-se em 2019.