22 mar, 2017 - 16:23
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijssebloem, disse, esta quarta-feira, que não tem intenção de se demitir do cargo, em resultado da polémica aberta pelas declarações a um jornal alemão, em que alude a gastos com "copos e mulheres" por parte dos países do Sul da Europa.
"O meu estilo é directo e, se as pessoas as tomaram [às declarações] como uma ofensa, lamento", disse Dijssebloem, citado pela agência Reuters.
Numa entrevista ao jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung", publicada no domingo, Jeroen Djisselbloem afirmou: "Como social-democrata, considero a solidariedade um valor extremamente importante. Mas também temos obrigações. Não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e, depois, pedir ajuda".
Na sequência desta entrevista, sucederam-se as críticas de vários países e quadrantes políticos.
O primeiro-ministro português, António Costa, disse que "numa Europa a sério, o senhor Dijsselbloem já estava demitido", acusando o socialista holandês de racismo e xenofobia.
A posição de Costa seguiu-se ao pedido de afastamento de Dijssebloem feito na terça-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros. O Presidente da República seguiu a posição do Governo.
Por sua vez, o presidente do Partido Socialista Europeu falou em "vergonha" face às declarações do holandês.