07 mar, 2017 - 10:31
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O eurodeputado Francisco Assis e o jurista João Taborda da Gama reagem com repúdio ao cancelamento de uma conferência de Jaime Nogueira Pinto na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
“Isto é um acto de censura. Acho gravíssimo, não apenas a posição da associação de estudantes – mas, enfim, aí ainda poderemos ter em conta a sua juventude – mas que a direcção da faculdade tome uma posição desta natureza”, começa por criticar Francisco Assis.
“Realmente, é um acto de censura e é ainda mais grave porque se passa no interior de uma universidade”, sublinha, considerando “absolutamente inadmissível” e “não enquadrável num Estado de Direito democrático, como é o caso de Portugal”.
Na origem do cancelamento estarão alegadas pressões da associação de estudantes da faculdade, que considera os organizadores da conferência – o grupo “Nova Portugalidade” – nacionalistas e colonialistas.
Na opinião de João Taborda da Gama, comentador diário no programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, ao lado de Francisco Assis, trata-se de um “acto abjecto”, decorrente de uma “tentativa de pensamento único, que tem mais de único do que de pensamento”.
“Não conheço pessoalmente o Dr. Jaime Nogueira Pinto, mas deve estar bastante divertido por, com esta idade, ser vítima da censura de esquerda em 2017. Por esta não esperaria e deve estar a achar alguma piada, porque isto também tem de ser visto com algum espírito de humor, embora seja um acto abjecto”, afirma o jurista.
Taborda da Gama anseia por “ver qual vai ser a posição oficial da reitoria da Universidade Nova” e espera “que rapidamente seja reposta a justiça e a universidade faça jus ao seu nome e à sua essência”.
A conferência de Jaime Nogueira Pinto tinha como tema “Populismo ou Democracia: O Brexit, Trump e Le Pen”. À Renascença, considera que este episódio foi um boicote.