20 out, 2016 - 22:18 • Carlos Calaveiras
O primeiro-ministro afirma que, “em breve”, haverá um mecanismo para o crédito malparado da banca. Em entrevista à TVI, António Costa garante que a medida surgirá até final do ano, “sem custo para o contribuinte”.
“Vai ser bom para a economia. O problema não é só resolver
os problemas do balanço dos bancos e também o balanço das empresas. Temos de
encontrar uma resposta que resolva o problema dos bancos, mas também permita
viabilizar empresas que são viáveis, devolver tranquilidade às famílias e não
destruir valor”, acrescenta.
Já sobre a actual situação da banca portuguesa, António Costa disse estar mais tranquilo até porque a questão da Caixa Geral de Depósitos fica resolvida com a recapitalização permitida por Bruxelas. Em relação aos outros bancos, o primeiro-ministro refere que há propostas de aquisição para o Novo Banco e candidatos a entrar noutras instituições nacionais.
Sem margem para acabar de uma vez com sobretaxa
O governante reafirma que a revisão dos escalões do IRS não foi possível já para 2017, mas que esse é um objectivo para ser cumprido até ao final da legislatura. “Se tivéssemos margem orçamental já teríamos acabado com a sobretaxa” de IRS, reconhece António Costa.
Nesta entrevista, o primeiro-ministro reafirmou que o Orçamento do Estado para 2017 é “um bom orçamento para as famílias, empresas e economia”, já que leva a “diminuição da dívida e a redução do défice” e contempla uma descida da carga fiscal.
Costa garante que “há reposição dos rendimentos, diminuição da carga fiscal e reforço do Estado social”. “Pela primeira vez vamos ter um défice abaixo dos 3%, tendo reposto pensões e salários e diminuindo a carga fiscal”, argumenta, reforçando críticas ao anterior Governo.
"Crescimento não é o que desejávamos"
Sobre as pensões, Costa repete que todas terão aumento normal em Janeiro, ao nível da inflação, e aumento extraordinário em Agosto para pensões até 638 euros. As que são inferiores terão o complemento solidário.
O primeiro-ministro reconhece, por outro lado, que “o crescimento não é o que nós desejávamos”, mas que muito desse abrandamento se deve a questões exteriores (Angola e Brasil, nomeadamente).
Em relação ao funcionamento da chamada "geringonça", António Costa enaltece a “forma consistente e coerente como os partidos têm conseguido assegurar a governação”, garantindo que “não houve nenhum momento difícil entre os partidos de esquerda”. “Estamos no caminho certo e as coisas estão a melhorar”.