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Madeira pede materiais de construção e recheios para casas ardidas

16 ago, 2016 - 19:36 • Maria João Costa

Em entrevista à Renascença, o presidente da Câmara do Funchal apela à continuação da “onda de solidariedade” com a Madeira. Para fazer o Funchal “renascer das cinzas”, a autarquia criou um gabinete técnico. Paulo Cafôfo pede pena exemplar para o suspeito autor dos fogos.

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Defendeu esta terça-feira que as diversas entidades envolvidas na reconstrução da Madeira “não podem estar de costas voltadas” porque a recuperação tem de ser feita de “mãos dadas”.

É uma prioridade nossa. Importa agora que não caia tudo no esquecimento. Aquilo que temos de fazer é uma acção imediata com resultados rápidos para que as pessoas possam regressar à normalidade das suas vidas. Muitas das pessoas estão realojadas de forma temporária e o nosso objectivo, enquanto câmara municipal, e o nosso compromisso é o regresso das pessoas aos seus lares. Assumimos este compromisso político de reconstrução das casas atingidas pelos incêndios.

Como é que será feito esse trabalho?

Criámos um gabinete técnico que será responsável por toda esta reconstrução e apoio às pessoas afectadas. Este gabinete técnico vai centralizar toda a acção.

Há três áreas que incluímos neste gabinete técnico. Uma delas é a análise técnica de edifícios. Vão ver o estado dos edifícios, verificando se oferecem ou não condições de segurança para tomar as devidas medidas. Há estruturas que terão de ser demolidas, outras que terão de ser escoradas e outras onde teremos de começar logo uma obra de empreitada. Depois, teremos uma acção social. É preciso uma caracterização destes agregados familiares. É preciso verificar quantas pessoas são, qual a sua condição socioeconómica, se têm uma segunda casa, se a casa tinha ou não seguro.

Há uma outra componente, que é a análise jurídica. Tem a ver com a propriedade. Podemos estar a falar de questões de legalidade da própria construção, porque existem aqui no Funchal habitações ilegais. É preciso verificar se assim o era para agora repor a legalidade. Portanto, este gabinete irá centralizar-se no renascer do Funchal das cinzas. Claro que para isso precisamos de apoio. Vamos também elaborar os projectos de arquitectura.

Que tipo de apoio podem dar agora empresas e privados?

Neste momento o que é urgente não são bens alimentares; nesta fase, não temos carência a esse nível. O que precisamos são materiais de construção e todo o recheio de uma casa, desde electrodomésticos a móveis. Apelamos a essa solidariedade nacional, de quem possa, entidades privadas e empresas, mas também públicas. Temos recebido esse apoio de autarquias do continente, uma ajuda que gostaria de agradecer. Queremos continuar esta onda de solidariedade.

Esta quarta-feira terá uma reunião em Lisboa, com o Governo. O que traz na agenda para a reunião?

É uma agenda de financiamento. Tivemos aqui no Funchal uma reunião com o senhor primeiro-ministro. Ficaram estipuladas formas de ajuda financeira, nomeadamente através da canalização de fundos europeus para o Governo Regional e também para a autarquia. E se a câmara vai ficar responsável pela reconstrução das habitações, há aqui um materializar dos instrumentos financeiros que vão possibilitar essa reconstrução. A reunião que teremos com o Governo da República será política, mas acima de tudo técnica, para materializar as decisões políticas tomadas aqui no Funchal.

Como é que vão preparar o Inverno?

Já estamos no terreno. Ao final do dia terei um relatório sobre os taludes e as arribas que estão neste momento instáveis. Estamos a falar de pedras que estão soltas, árvores que caíram ou que precisam de ser cortadas porque representam perigo para casas e estradas. Vamos com este relatório delinear quais são as prioridades. Iremos fazer uma limpeza. O nosso objectivo é, com o Exército e empresas de construção civil, elaborar esta operação de limpeza das zonas mais críticas de forma a ser garantida a segurança. A médio e longo prazo temos de estabilizar estes taludes. Será um grande investimento.

Os prejuízos dos incêndios também se reflectem a nível do turismo?

Reflectem-se. O que importa é normalizar toda uma estrutura económica no turismo. Aquilo que é o produto turístico “Madeira” não foi afectado. Temos a oferta turística em pleno. A segurança de quem nos visita está garantida. A região continua intacta enquanto destino turístico de excelência.

O presumível autor dos incêndios continua detido?

Continua em prisão preventiva. Os trâmites correm pela via judicial. É importante que, a verificar-se que o suspeito cometeu este crime, a justiça seja exemplar porque é isso que as pessoas querem. Não pode haver impunidade.

Comentários
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  • desconfiado...
    17 ago, 2016 Portugal 23:07
    As contas feitas pelo Gov.Reg. estimam em 60 milhoes... uma média de 200 mil por casa. Acho tão estranho e ainda sem se saber quantas serão cobertas pelos seguros... e ainda a descontar as ofertas que caem na conta solidária e nos materiais doados. Contas bem feitas, muitos daqui a um ano estão na mesma e o Gov. Regional a gerir o bolo pelas "benfeitorias" do costume.
  • Luisa Palma
    17 ago, 2016 Oeiras 14:01
    Não é facultada informação de como ajudar com bens... Seria útil pois assim parece que só querem donativos em dinheiro, visto que a info sobre o nib não falta, e para doar bens é uma dificuldade...
  • 17 ago, 2016 Alverca 08:41
    Uma boa oportunidade para as nossas empresas Portuguesas !
  • Silva
    17 ago, 2016 Arouca 02:55
    Para que serve o dinheiro doado por empresas e alguns bancos, não chega para comprar uns tarecos a quem necessite? Ou estes valores já tem bolso para onde ir?
  • rosinda
    17 ago, 2016 palmela 01:13
    se eu nao tenho dinheiro como e que querem que eu va de ferias!A nao ser que os hoteis pestana precisem de cobertores tachos panelas toalhas e queiram fazer uma troca comigo!
  • rosinda
    17 ago, 2016 palmela 01:01
    so tenho coisas!
  • rosinda
    17 ago, 2016 palmela 00:12
    nao tenho dinheiro mas felizmente tenho coisas a madeira nao precisa ?
  • rosinda
    17 ago, 2016 palmela 00:08
    e cobertores ederedons toalhas etc a madeira nao precisa?
  • Dinis
    16 ago, 2016 centro 21:43
    Madeira a arder dinheiro que não é brincadeira! Arde tudo até bancos!
  • Maria Pita
    16 ago, 2016 Loures 20:59
    Pois que o incendiário não fique impune! O que ele merece (e todos os outros que andam a "brincar" com o fogo) é uma multa de centenas de € por cada m2 ardido. Só mesmo quando sai do nosso bolso é que se aprende. A prisão não leva a nada... em 3 tempos é solto e volta de novo a fazer o mesmo. As prisões estão a abarrotar e o país a ficar seco de tantos incêndios... se ele ou/e família não tiverem meios para pagar a multa, que faça trabalho comunitário: limpar matas, reconstrução das casas, etc... sem remuneração nem direito a alojamento e refeições.

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