29 mar, 2016 - 18:10 • Filipe d'Avillez
O mundo reagiu com preocupação quando se soube que um avião egípcio tinha sido desviado da sua rota normal para o Chipre por um homem que alegadamente envergava um colete de explosivos.
A sucessão de acontecimentos foi destruindo os primeiros receios. A cada nova notícia, a história ganhava novos contornos surreais. Pelo menos uma pessoa escapou do avião através de uma janela aberta no "cockpit". Um ministro egípcio afirmou: não estávamos diante de um terrorista, mas sim de um “idiota”.
Cereja no topo do bolo: apareceu uma fotografia, inicialmente classificada como uma "selfie", nas redes sociais de um refém sorridente ao lado de um “terrorista” de ar perplexo.
Uma das primeiras coisas que Seif Eldin Mustafa, o pirata do ar, fez quando o voo MS181 da EgyptAir aterrou no Chipre foi libertar mulheres, crianças e cidadãos egípcios. Temeu-se o pior: seria um ataque contra estrangeiros ou contra membros de uma religião?
Mas não. A motivação, aparentemente, era outra. Seif não tomou um avião de assalto por motivos de ódio, mas sim por amor. A sua ex-mulher estava no Chipre e queria entregar-lhe uma carta, que foi lançada do avião para o alcatrão para esse efeito. Comentário do Presidente do Chipre: “Há sempre uma mulher ao barulho”.
Foi essa a sua principal reivindicação, mas pelo meio Seif Eldin Mustafa pediu também a libertação de uma série de mulheres detidas em prisões egípcias.
Pouco depois de um dos reféns ter fugido pela janela do “cockpit”, o pirata do ar entregou-se às autoridades, que confirmaram que o colete com explosivos era, afinal, a fingir.
Chegava ao fim aquele que será um dos mais bizarros actos de pirataria da história da aviação. O sequestro terminou ao início da tarde com a saída dos sete reféns que permaneciam retidos e a detenção do sequestrador, informaram fontes do governo cipriota citadas pela Lusa.
O aparelho, com 55 passageiros a bordo, fazia a ligação entre Alexandria, no norte do Egpito, e o Cairo, e foi desviado para Larnaca, no sul da ilha de Chipre.