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​35 anos de ARCO/Madrid com escala em Lisboa

10 fev, 2016 - 23:43 • Maria João Costa

Onze galerias portuguesas vão estar em Madrid para a ARCO, de 24 a 28 de Fevereiro. Em Maio, pela primeira vez na sua história, a maior feira de arte da Península Ibérica apresenta uma edição em Lisboa.

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Foi a 10 de Fevereiro de 1982 que a ARCO abriu pela primeira vez as portas ao público. Aquela que é hoje a maior feira de arte contemporânea da Península Ibéria realizava-se então no Palácio de Exposições, no Passeio da Castellana, no centro de Madrid. Agora, 35 anos depois, a ARCO ocupa os pavilhões do recinto da IFEMA - a Feira de Madrid e abre as portas a 24 de Fevereiro.

Durante quatro dias, vão estar na capital espanhola 167 galerias, 11 das quais portuguesas. São elas: 3+1 Arte Contemporânea, Baginski, Cristina Guerra, Filomena Soares, Graça Brandão, Múrias Centeno, Pedro Cera, Vera Cortês, todas de Lisboa, Mário Sequeira (Braga) e Quadrado Azul (Porto).

Portugal continua a ser um dos países com mais galerias participantes. De passagem por Lisboa para apresentar a ARCO, o director Carlos Urroz explica que as galerias portuguesas “participam sobretudo no programa geral da ARCO, ou seja na secção à qual as galerias se candidatam com um programa muito internacional, com artistas portugueses mas também com artistas internacionais”.

Carlos Urroz acrescenta que, além das galerias portuguesas, “há também presença de artistas portugueses em galerias internacionais”.

A Fundação ARCO irá também este ano atribuir os Prémios “A” ao coleccionismo. É nesse âmbito que irá distinguir o português António Cachola, empresário que desde a década de 90 criou uma colecção que está exposta desde 2007, no MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas.

Numa conferência de imprensa na Embaixada de Espanha em Portugal, Carlos Urroz sublinhou que António Cachola “é um grande coleccionador português que vai à ARCO desde os primeiros anos”. Homenagear este português é, segundo o director, uma forma de enaltecer “todos os coleccionadores portugueses” que sempre acompanharam a Feira de Madrid.

No ano do 35.º aniversário, a ARCO lembra as suas raízes e o papel dos portugueses nesta feira ibérica. Urroz diz que falaram “com galerias e artistas. Há muita gente em Portugal que se lembra de quando foi à ARCO, naquela que foi para muitos a primeira feira de arte. Iam de autocarro quando tinham 18 anos”.

O director recorda que “alguns artistas muito importantes como o Julião Sarmento contam que iam de carro e partilhavam uma casa com uns amigos. Esta memória colectiva da ARCO no mundo da arte em Portugal é algo muito importante desde o primeiro ano”.

35 anos de ARCO invadem a cidade de Madrid

Pela primeira vez em 20 anos a ARCO não terá um país convidado. Na edição de 2016 convida-se a si própria para se mostrar ao público numa exposição dentro da feira.

Vão “fazer uma revisão do que foram os 35 anos da ARCO”, explica Carlos Urroz. Para isso convidaram “os comissários Maria e Lorena de Corral, Aaron Moulton e Catalina Lozano a revisitar as galerias que foram importantes na história da ARCO e a convidá-las a participarem com um stand de dois artistas.” Além desta exposição, a ARCO expande-se para fora do recinto da feira e invade a cidade

“Normalmente é o país convidado que se mostra na cidade com exposições em vários lugares, mas este ano é a ARCO que se vai mostrar em Madrid. Com o apoio do Ministério da Cultura de Espanha que cedeu cinco espaços”, a ARCO vai fazer várias exposições, indica Carlos Urroz, que lhe chama uma “minibienal”.

A iniciativa terá como titulo "Ano 35" e “vai mostrar sete artistas contemporâneos em locais onde habitualmente não expõem”, como o Museu Arqueológico, o Museu Naval ou na Tabacalera de Madrid.

A ARCO passa a fronteira pela primeira vez

O director da ARCO considera que a feira vive um momento de “consolidação” em tempo de crise económica. Há muito que Carlos Urroz pensava levar a ARCO para fora das fronteiras de Espanha.

O projecto de trazer a Lisboa a feira de arte contemporânea foi adiado. Carlos Urroz explica que foi um projecto no qual trabalhou “com o Pedro Cera e a galerias portuguesas durante muito tempo, mas devido à crise” a ideia foi adiada até agora.

Em 2016, pela primeira vez a ARCO vai assentar arraiais em Lisboa. Urroz esclarece que “o projecto ARCO Lisboa é diferente”. “Será uma ARCO mais pequena com 40 galerias e num espaço histórico”.

Segundo o director do certame internacional, “as feiras têm muito que ver com a experiência da cidade. A experiência de Lisboa passa pelos seus edifícios históricos maravilhosos”. A ARCO Lisboa vai decorrer na Cordoaria Nacional, de 26 a 29 de Maio, e vai custar 800 mil euros.

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