06 out, 2015 - 15:00
O bombardeamento que no sábado atingiu um hospital dos Médicos Sem Fronteiras em Kunduz, no Afeganistão, foi pedido pelas forças afegãs, explicou na segunda-feira um porta-voz das Forças Armadas norte-americanas.
Lamentando o incidente e o facto de terem morrido inocentes, o general John Campbell passou a responsabilidade para os aliados afegãos que combatiam os talibã no terreno.
“Sabemos agora que no dia 3 de Outubro as forças afegãs informaram-nos que estavam sob fogo de posições inimigas e pediram apoio aéreo das forças americanas. Foi ordenado um ataque aéreo para eliminar a ameaça talibã e vários civis foram acidentalmente atingidos”, disse o general, expressando as suas “profundas condolências” pelo incidente.
Já os Médicos Sem Fronteiras não aceitam a explicação e exigem uma investigação imparcial ao sucedido, acusando os americanos de tentar passar a responsabilidade para os seus aliados afegãos.
“A realidade é que foram os Estados Unidos que lançaram aquelas bombas. Os Estados Unidos atingiram um grande hospital cheio de doentes e de funcionários dos Médicos Sem Fronteiras. As forças armadas dos Estados Unidos continuam a ser responsáveis pelos alvos que atingem, por mais que façam parte de uma coligação”, disse Christopher Stokes, director-geral dos MSF, em declarações reproduzidas pela BBC.
“Não há qualquer justificação para este ataque terrível. Com tantas discrepâncias entre os relatos americanos e afegão sobre o que aconteceu, é cada vez mais crítica a necessidade de uma investigação transparente e independente”, concluiu.
O ataque ao hospital fez 16 mortos, incluindo 9 funcionários do MSF, e dezenas de feridos.