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UE aposta em menos reformas antecipadas

06 out, 2015 - 00:52 • Ana Carrilho

Comissária do Emprego e Assuntos Sociais alerta, no entanto, que é preciso ser solidário com quem deixa o mercado de trabalho mais cedo.

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Os regimes de pensões da União Europeia (UE) podem garantir pensões adequadas às gerações futuras de reformados, mas é necessário que sejam aplicadas medidas fortes que permitam aos trabalhadores permanecer no mercado de trabalho até à reforma. Esta é uma das principais conclusões do Relatório sobre Adequação das Pensões de 2015, aprovado esta segunda-feira pelo Conselho de Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores da União Europeia.

Para que os trabalhadores mais velhos possam continuar no mercado de trabalho até à reforma é preciso que os Estados-membros invistam em políticas de emprego que o garantam, nomeadamente ao nível competências profissionais e saúde, refere a comissária do Emprego e Assuntos Sociais.

Marianne Thyssen alerta que é preciso ser solidário com quem não conseguir e que têm de depender de prestações de desemprego ou invalidez antes da reforma.

De acordo com o relatório agora divulgado, no conjunto da União Europeia, as pensões garantem à maioria dos beneficiários protecção suficiente contra a pobreza e segurança adequada na velhice.

Mas há excepções, nomeadamente entre os novos Estados-membros da Europa de Leste. Mas em Portugal o risco de pobreza também atinge quase um quinto da população com mais de 65 anos e quase 10% está situação grave de privação.

Em todos os 28 países da União Europeia, as mulheres estão mais expostas à pobreza. A diferença média atinge os 40% porque, regra geral, elas têm vidas activas mais curtas e ganham salários mais baixos, o que se reflecte no valor das pensões.

Grande parte dos Estados-membros já aumentou a idade de reforma e o Relatório sobre Adequação das Pensões de 2015 refere que vai ser cada vez mais importante ter uma carreira completa de 40 ou 45 anos para auferir uma pensão decente.

O documento sublinha que, nalguns países, isso dependerá da existência de regimes de pensões complementares profissionais ou privados.

Em 2012, só metade das pessoas passou à reforma na altura própria. Saúde, desemprego e prestação de cuidados a pessoas a cargo determinaram a saída precoce das restantes, situações que o relatório considera que têm que ser corrigidas com políticas sociais adequadas.

Comentários
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  • Jordan
    13 fev, 2016 Gaia 03:59
    Todos os países comunitários em épocas de crise económica e crescimento do desemprego, reduzem substancialmente as suas quotas de imigração. Por que será? Por três razões essenciais. Primeiro: porque quando a economia não tem a capacidade de dar novos empregos em quantidade, havendo excesso de imigrantes a chegar, há maior desemprego na população, com todas as disfunções sociais daí decorrentes. Segundo: porque excesso de oferta de trabalho quando não há procura significa, para as empresas e para a mesma função, substituição de trabalhadores mais caros por aqueles que estão dispostos aceitarem salários mais baixos. Geralmente são os recém-imigrantes aqueles que estão dispostos a aceitar esses salários mais baixos. Terceiro: porque ao baixarem os salários de referência para as funções que os imigrantes preferencialmente preenchem, torna-se mais difícil a já de si complexa mobilidade funcional e geográfica dos trabalhadores que perdem os seus empregos. Consequência óbvia : mais desemprego e mais custos sociais a suportar pelo Estado.

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