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Gulbenkian distingue organização que defende liberdade de expressão

19 jul, 2018 - 10:36 • Maria João Costa

Article 19 é a ONG que venceu o Prémio internacional da Gulbenkian 2018, de 100 mil euros. O coreógrafo Rui Horta, um projeto para pessoas sem abrigo e uma cooperativa de energias renováveis venceram os prémios nacionais nas áreas do Conhecimento, Coesão e Sustentabilidade, no valor de 50 mil euros cada.

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“Todo o ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”. É este o texto do artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos que inspira a organização não-governamental que venceu o Prémio Calouste Gulbenkian 2018.

A Article 19 “desenvolve, há mais de três décadas, uma acesa luta contra a censura e apoia vozes dissidentes um pouco por todo o mundo”, diz a Gulbenkian em comunicado. Será essa ONG que vai receber o prémio no valor de 100 mil euros.

O júri presidido pelo ex-presidente da República Jorge Sampaio, e composto por Demetrios G. Papademetriou, Jody Williams, Leymah Gbowee, José Ramos Horta e Emílio Rui Vilar distinguiu o trabalho da Article 19 considerando-o “único” e sempre “na linha da frente”.

Com 30 anos de experiência, a ONG tem escritórios em países como o México, Brasil, Tunísia, Senegal, Quénia, Bangladesh, Reino Unido e Estados Unidos e tem tido um papel ativo na defesa da liberdade de expressão.

O Prémio Calouste Gulbenkian foi instituído 2012 e atribuído à West-Eastern Divan Orchestra, a formação liderada por Daniel Barenboim e será entregue dia 20 de julho às 18h30 no Grande Auditório pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Vencedores nacionais dos Prémios Gulbenkian

A Gulbenkian atribui também três prémios nacionais nas áreas do Conhecimento, Coesão e Sustentabilidade. A Associação Cultural O Espaço do Tempo, criada pelo bailarino e coreógrafo Rui Horta no Alentejo, em Montemor-o-Novo foi distinguida com o Prémio Gulbenkian Conhecimento. Fundada há 18 anos, esta associação é segundo a Gulbenkian “uma referência no campo das artes performativas”.

Nas palavras do júri dirigido por António Feijó o galardão distingue “o impacto indiscutível” do trabalho desenvolvido nos últimos anos por O Espaço do Tempo e destacando a “forte ligação à comunidade local, nomeadamente às escolas”. Teatro, dança, performance, música e artes visuais, com especial enfoque na criação contemporânea emergente são algumas das áreas de trabalho desta estrutura sonhada por Rui Horta.

Na área da Coesão, o Prémio Gulbenkian vai para o projeto dirigido aos sem-abrigo “É uma Casa, Lisboa Housing First”, promovido pela Associação “Crescer na Maior” que disponibiliza casas a quem vive em situação de exclusão e vulnerabilidade social. Segundo o júri constituído por Henrique Leitão, Miguel Tamen, João Ferrão, Paula Guimarães, Teresa Mendes e Sofia Guedes Vaz, este projeto tem sido “eficaz e com maior potencial de mudança estrutural da população alvo”, porque 90% dos sem-abrigo não voltaram à rua. Quem escolheu este vencedor sublinha também “a capacidade deste projeto para inspirar políticas públicas em Portugal, onde se estima existirem cerca de 3.500 sem-abrigo”.

O terceiro prémio nacional, na categoria Sustentabilidade vai para a Cooperativa Coopérnico, “a única cooperativa de energias renováveis existente em Portugal”. Criada há cinco anos, Coopérnico tem hoje mais de mil membros.

No valor de 50 mil euros cada, estes prémios nacionais serão também entregues dia 20 numa cerimónia que terminará com um concerto que juntará a Orquestra Gulbenkian e a Orquestra Geração no palco do Grande Auditório dirigidas pelo maestro José Eduardo Gomes.

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