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Caso EDP. "Há urgência que o governo reveja todos os contratos"

20 abr, 2018 - 16:09

À Renascença, o presidente da Associação Transparência e Integridade lamenta o "silêncio ensurdecedor" que tem reinado sobre uma "questão que é política".

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O Presidente da Associação Transparência e Integridade defendeu esta sexta-feira à Renascença que as novas suspeitas sobre pagamentos de Ricardo Salgado a Manuel Pinho apontam para a possibilidade de o ex-ministro da Economia sempre ter trabalhado para o BES e que, por esse motivo e face às suspeitas elevadas, o governo e o parlamento devem rever de imediato todos os contratos com a empresa.

João Paulo Batalha alude ao currículo de Manuel Pinho para afirmar que "o ministro nunca saiu do bolso de Ricardo Salgado", face à denúncia de que terá recebido cerca de 15 mil euros mensais do BES mesmo enquanto ministro. Ricardo Salgado é suspeito de pagar cerca de meio milhão de euros a Manuel Pinho para que favorecesse o BES e a EDP enquanto ministro da Economia, um cargo que ocupou entre 2005 e 2009.

O diretor da Associação Transparência e Integridade diz que não está surpreendido com a denúncia mas sim com o "grau de sofisticação do pagamento", e defende que as suspeitas dão indícios fortes de que a EDP foi beneficiada pelo Governo. Por esse motivo, João Paulo Batalha diz que deve ser feita uma revisão célere de todos os contratos do Estado com a empresa elétrica.

"Face ao conjunto grande de suspeitas de que a EDP foi beneficiada indevidamente pelo Estado, fruto de eventual corrupção, há uma urgência do governo hoje e do parlamento hoje em rever estes contratos com rendas garantidas à EDP e ponderar o seu resgate imediato", defende em declarações à Renascença.

Isto, acrescenta, "independentemente do que se venha a apurar em sede judicial, porque a suspeita em si é tóxica e é indiscutível que a EDP beneficia brutalmente de subsídios públicos em proximidade com o Estado".

Esta questão, aponta ainda o presidente da Associação Transparência e Integridade, "é uma questão política que tem de ser revista com urgência, que já devia ter sido revista com urgência mas sobre a qual continua a reinar um silêncio ensurdecedor".

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