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Ambientalistas ibéricos manifestaram-se em Salamanca contra mina de urânio

24 fev, 2018 - 23:05

Milhares de pessoas estiveram em Salamanca este sábado.

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Ambientalistas portugueses e espanhóis realizaram uma manifestação em Salamanca, Espanha, contra a instalação de uma mina de urânio em Retortillo, a 40 quilómetros de Portugal, alegando graves impactos para o ambiente e para a saúde.

A Quercus e Movimento Ibérico AntiNuclear (MIA) estiveram na manifestação, convocada pelo movimento "No a la Mina de Uranio" e que juntou milhares de pessoas.

Os ambientalistas contestam a construção de uma mina a céu aberto pela Berkeley na região de Salamanca.

"É um projeto com impactos ambientais muito significativos e, no nosso entender, não é compreensível", disse à Lusa o vice-presidente da Quercus, Nuno Sequeira.

"Pretendemos que, uma vez que Portugal não foi ouvido, como a legislação comunitária exige, seja feita uma avaliação de impacto ambiental transfronteiriço com a suspensão do processo a decorrer neste momento" e que o Governo espanhol "não autorize o avanço deste projeto de exploração de urânio", avançou.

A instalação da mina de urânio naquela região de Salamanca já deu origem a perguntas e protestos não só dos ambientalistas e de autarcas, mas também dos partidos na Assembleia da República, com o Governo a garantir já ter questionado Espanha e pedido um encontro com a ministra do Ambiente espanhola.

Existe igualmente, segundo os ambientalistas, o risco de contaminação atmosférica por poeiras radioativas que "atravessariam a fronteira com muita facilidade", de escorrências para os recursos hídricos superficiais e, como a zona está integrada na bacia do Douro, para o rio.

A contaminação dos solos com metais pesados usados para fazer a lavagem deste material é outra preocupação relacionada com o projeto apresentado como nefasto para o ambiente, para a saúde pública e para as economias locais.

O ministro português do Ambiente anunciou, entretanto, que vai reunir-se com a sua homóloga espanhola daqui a três semanas para "debater o cumprimento insuficiente” do acordo sobre questões de impacto ambiental.


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