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“Partilhar a viagem” dá mote a encontro sobre migrantes e refugiados

12 jan, 2018 - 11:08 • Ana Lisboa

Olhar para as migrações de forma positiva, vencer os obstáculos e olhar para os desafios da mobilidade humana são alguns dos pontos em cima da mesa.

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Registar as melhores práticas no que respeita ao acolhimento e integração dos migrantes e refugiados é um dos propósitos do 18º Encontro Nacional de Agentes Sócio Pastorais das Migrações que decorre entre esta sexta-feira e domingo no seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide.

“Partilhar a viagem: acolher, proteger, promover e integrar migrantes e refugiados” é o tema que vai orientar os trabalhos, inspirado na mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que se assinala no dia 14 de Janeiro.

Esta sexta-feira, vai ser feito, por um lado, “o mapeamento das boas práticas, daquilo que já fazemos ao nível da Igreja” e, por outro, promover uma “troca de experiências, porque abrimos a outras instituições”, indica a directora da Obra Católica Portuguesa de Migrações, que organiza este encontro em conjunto com a Cáritas Portuguesa e a Agência Ecclesia.

“Também olhar para aquilo que é o Magistério da Igreja, o que é que nos diz e em que é que nos provoca. O Santo Padre, a partir da sua mensagem, lança-nos 20 pontos de acção de ‘advocacy’. E nós queremos, a partir daí, também ver como é que Portugal se pode envolver”, acrescenta Eugénia Quaresma.

“Mas, para fazermos isto, temos que saber o que é que está a ser feito. É, no fundo, fazer a ponte entre aquilo que está a ser feito e os desafios que esta situação da mobilidade humana nos provoca, nos lança hoje”, remata.

Eugénia Quaresma defende ainda a necessidade de se olhar para as migrações de uma forma positiva. “Temos a tendência a olhar para as migrações só do ponto de vista negativo, daquilo que faz falta. É importante olhar para aquilo que é positivo, até para que a mensagem de que as migrações são uma oportunidade ganhe mais força”, defende.

“E se nós tivermos conhecimento daquilo que é positivo, das boas práticas que até existem noutros países também, conseguimos passar esta mensagem positiva sobre as migrações e sobre a mobilidade humana”, considera ainda.

Por isso, a directora da Obra Católica Portuguesa de Migrações considera fundamental que as instituições articulem o trabalho para haver melhores respostas.

“Temos que trabalhar em conjunto, ao nível da sociedade civil, da sociedade civil e do Estado, ao nível da Igreja, os diferentes sectores da Pastoral, a ver como é que os nossos sectores se interligam, uma vez que elas têm no centro a pessoa humana – portanto, estão naturalmente interligados”, afirma.

Este é, de resto, o trabalho desenvolvido pela Rede Interinstitucional para Migrantes, lançada em Novembro do ano passado e que pretende contribuir para uma melhor integração dos migrantes em Portugal.

Pretende-se ultrapassar alguns obstáculos, vencer barreiras. “Às vezes, quem está no terreno diz que há entraves, há coisas que não estão a funcionar. E, portanto, é isso que é preciso trabalhar. Outras vezes, quem está no terreno sente que há obstáculos de pessoas que não estão bem esclarecidas, que ainda têm preconceitos e medos. E é preciso trabalhar as pequenas comunidades, é preciso trabalhar algumas instituições, melhorar alguns serviços. Isso são coisas que nós vamos percebendo no terreno, caso a caso”, revela ainda Eugénia Quaresma.

No domingo, Dia Mundial do Migrante e do Refugiado e em que encerra o encontro, haverá uma eucaristia pelas 11 horas, presidida por D. António Vitalino, bispo emérito de Beja e membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

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