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Raríssimas. Secretário de Estado da Saúde sai do Governo, Rosa Zorrinho assume cargo

12 dez, 2017 - 15:25

Manuel Delgado foi consultor da associação, tendo por essa colaboração recebido um total de 63 mil euros, entre 2013 e 2014.

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O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, demitiu-se na sequência do caso Raríssimas. A notícia, avançada pelo "Público", foi confirmada pelo gabinete do primeiro-ministro, que informa que Rosa Zorrinho vai assumir o cargo.

"O primeiro-ministro aceitou o pedido de exoneração do cargo de secretário de Estado da Saúde do XXI Governo Constitucional de Manuel Martins dos Santos Delgado, tendo proposto a sua excelência o Presidente da República a nomeação da seguinte personalidade para o exercício do cargo de secretária de Estado da Saúde do XXI Governo Constitucional", diz a nota do gabinete do primeiro-ministro.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Manuel Delgado pediu a demissão do cargo de secretário de Estado da Saúde devido a "uma questão pessoal", sem esclarecer se a saída está relacionada com a sua ligação à associação Raríssimas.

"O doutor Manuel Delgado, cujo trabalho como secretário de Estado da Saúde queria enaltecer, entendeu que tinha uma questão pessoal que não permitia que continuasse com as condições necessárias para o exercício do seu cargo como secretário de Estado da Saúde", afirmou aos jornalistas, no Parlamento, Augusto Santos Silva, que assume as funções de chefia do Governo, na ausência do primeiro-ministro, António Costa, do país, para participar na cimeira sobre o clima, em Paris.

Questionado se poderá haver mais saídas do executivo, o número dois do Governo respondeu: "Não creio. O doutor Manuel Delgado é que entendeu que não tinha condições para prosseguir no Governo e nós evidentemente respeitamos esse entendimento e procedemos à sua substituição".

A saída de Manuel Delgado, acrescentou, "não significa nem nenhuma alteração de política nem nenhuma alteração no essencial do trabalho da equipa do Ministério da Saúde, sob a direcção do ministro Adalberto Campos Fernandes".

À pergunta se a saída do governante teve a ver com a polémica relacionada com a instituição Raríssimas, Santos Silva apenas respondeu que "foi aceite" o pedido de Manuel Delgado para ser "libertado das suas funções". "Ninguém deve ser membro do Governo contrariado", afirmou.

Posse de sucessora às 19h30

A nova secretária de Estado toma posse já esta terça-feira, às 19h30, no Palácio de Belém, segundo nota divulgada no site da Presidência da República.

Manuel Delgado deixa o executivo na sequência das denúncias sobre a gestão da associação Raríssimas, da qual foi consultor, tendo por essa colaboração recebido um total de 63 mil euros, entre 2013 e 2014.

Rosa Zorrinho, 54 anos, era, até agora, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, cargo que assumiu em Janeiro de 2016. Rosa Matos Zorrinho é licenciada em sociologia pela Universidade de Évora e com pós-graduação em administração hospitalar, tendo já presidido ao conselho directivo da Administração Regional de Saúde do Alentejo, entre 2005 e 2011.

No domingo, em comunicado, o secretário de Estado da Saúde afirmou que, enquanto consultor na Raríssimas “nunca participou em decisões de financiamento”, demarcando-se das denúncias sobre a gestão dos dinheiros feita pela presidente da associação Paula Brito e Costa.

Manuel Delgado detalhou que participou na preparação técnica da abertura da Casa dos Marcos, instalação da Raríssimas na Moita, e colaborou “na área de organização e serviços de saúde”.

A notícia da saída de Manuel Delgado foi conhecida quase ao mesmo tempo que foi conhecida a demissão da presidente da Raríssimas, Paula Costa e Brito.

[Notícia actualizada às 17h04]

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  • Vasco
    13 dez, 2017 Santarém 21:59
    Este governo está-se a tornar numa monarquia, tudo em família!.
  • maria neves
    13 dez, 2017 Portimão 21:04
    Ora comecemos a recordar os escândalos, e não vai ficar por aqui, ora vejamos quantos já passaram? Quem não se recorda, Freeport, casa pia, submarinos, bancos, armas roubados, contas nas contas do amigo........etc.... mais para trás há mais, processos de tribunal com informações cortadas...mais... chega ...
  • CARLOS JOSE MARTINS
    13 dez, 2017 CACEM 16:21
    Isto é uma vergonha para Portugal e para todos nós. Já a entrevista do Ministro Vieira da Silva, via-se na cara do senhor que está comprometido. Via-se que cada palavra que dizia, e continua a dizer, são mentiras. O ministro Vieira da Silva também se devia demitir. O secretário de Estado demitiu-se depois de várias mentiras. Uma fotografia com a ex-presidente da Raríssimas a abraçar o secretário de estado. Como não havia de haver falcatruas destes senhores e deixar a senhora andar à vontade, e vestir-se à conta de dinheiros públicos e donativos, quando as pessoas para quem era dado esse dinheiro vinho de todos nós, tinha um fim, ajudar as pessoas com doenças raras. Como é que esta gente não tem vergonha. A senhora demitiu-se, mas o marido e o filho também devem sair da instituição. ...
  • Rui
    12 dez, 2017 Lisboa 22:24
    Sinceramente vi a entrevista e veja se a qualidade de raciocínio da maioria desta malta que nos tem governado directa e indirectamente, que todos roubam já eu sabia pois o exemplo vem de cima mas pior é total ausência de matéria humana na maioria parecem verdadeiros xungas bem vestidos e com os dentes arranjados com uma tremenda falta de inteligência para responder seja ao que for é pior ainda parecem totalmente privados de honra.
  • Filipe
    12 dez, 2017 évora 19:27
    Estes não podem comercializar as crianças porque tem defeito que ninguém as quer criar , mas as utilizam para vestirem roupas caras , a deles e dos filhos deles que não são deficientes . Este pessoal todo deve ser remetido para o Tarrafal , sujeitos a trabalhos forçados e pão água duas vezes por mês até morrerem chupados .
  • JC
    12 dez, 2017 Seixal 19:26
    Não havia necessidade
  • Eborense
    12 dez, 2017 Évora 19:14
    Ora aí está mais uma girl. Rosa Zorrinho, esposa do Dr. Carlos Zorrinho. Ou seja, é tudo uma zorrice!
  • João
    12 dez, 2017 Aveiro 18:11
    e o Ministro e Mulher?.. Que os jornalistas investiguem e publiquem, apoiando quem tem coragem de denunciar, já que os governantes e outros responsáveis "nunca sabem de nada". Bom trabalho Srª JORNALISTA-fui um dos que assinou a petição, tinha essa obrigação, como cidadão. Haja vergonha! e prisão para estes oportunistas das infelicidades dos outros. (espero que não venha um Juiz qualquer, considerar que as provas não contam...)
  • José
    12 dez, 2017 Sintra 17:51
    Devem estar a rir-se desbragadamente os que, tendo feito trafulhices gravíssimas, viram, por obra e graça do divino espírito santo, desaparecer documentos/provas daquilo que fizeram! O dinheiro não tem partido, mas parece que nos esquecemos disso.
  • jp
    12 dez, 2017 lx 17:49
    Realmente não se percebe como e que esta gente não se questiona como é que uma associação que vive de donativos tinha dinheiro para pagar estas quantias aos ditos " consultores".O que este senhor afinal "consultava" para receber estas quantias? Que utilidade tinham as suas consultas? Esta Associação pelos vistos a pagar ordenados destes pouco restava para as pessoas que devia beneficiar, ou seja os portadores destas doenças. É uma vergonha. Deviam investigar a serio as contas de todas estas Associações para saber se de facto servem para alguma coisa ou apenas para dar emprego a uma serie de amigalhaços.

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