Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Presidente da Raríssimas demite-se. "Esta é uma cabala muito bem feita"

12 dez, 2017 - 15:31

Caso faz também uma baixa no Governo: Manuel Delgado demite-se do cargo de secretário de Estado.

A+ / A-

Veja também:


A presidente da Raríssimas anunciou esta terça-feira a sua demissão. "A minha presença já está a afectar a instituição e tenho de sair. Esta é uma cabala muito bem feita", afirmou Paula Brito e Costa ao "Expresso".

"Deixo à Justiça o que é da Justiça, aos homens o que é dos homens e ao meu país uma das maiores obras, mas mesmo assim saio. Presa só estou às minhas convicções”, disse.

A presidente da Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras demite-se três dias depois de a TVI ter revelado alegadas práticas de gestão danosa dos dinheiros públicos que chegam à instituição particular de solidariedade social.

A investigação da TVI mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que terá usado dinheiro da associação em compra de vestidos e vários gastos pessoais.

Segundo o "Expresso", no mesmo dia da saída de Paulo Brito e Costa entrou na Raríssimas o inspector do Trabalho e da Segurança Social para a investigação pedida com urgência pelo ministro da Segurança Social. "A minha vontade era sentar-me ali, ao lado, dele e dizer-lhe 'vá, vamos lá, diga-me fatura a fatura o que é preciso explicar", disse Brito e Costa ao "Expresso".

A notícia da demissão de Paula Brito e Costa é conhecida quase ao mesmo tempo que a da saída do Governo de Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde. Rosa Zorrinho, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, vai assumir o cargo.

Manuel Delgado foi consultor da Raríssimas, tendo por essa colaboração recebido um total de 63 mil euros, entre 2013 e 2014.

12 mil pediram demissão

Uma petição pública que pede a "demissão imediata" da presidente da associação Raríssimas já ultrapassou as 12 mil assinaturas.

A petição, dirigida ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro, considera "inadmissível" que Paula Brito e Costa "continue a desempenhar funções até que sejam averiguadas todas as provas expostas na reportagem" da TVI.

Os autores do documento pedem que a "justiça seja feita perante todos os funcionários da instituição e principalmente pelos seus doentes".

No sábado, a TVI divulgou uma reportagem sobre a gestão da associação Raríssimas – Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos.

Na segunda-feira, a Procuradoria-geral da República (PGR) informou que o Ministério Público está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia anónima relativa a alegadas irregularidades e ao uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

No mesmo dia, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou que vai "avaliar a situação" da Raríssimas e "agir em conformidade".

Antes da posição do Ministério, a direcção da associação divulgou um comunicado na rede social Facebook, no qual diz que as acusações apresentadas na reportagem são "insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada", afirmando que as despesas da presidente em representação da associação estão registadas "contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os órgãos da direção".

A direcção destaca ainda que, "contrariamente ao que foi dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira" da associação.

Delegação do Centro convoca assembleia geral

A delegação Centro da Raríssimas requereu, na segunda-feira, a convocação de uma assembleia geral para deliberar sobre a destituição da presidente, após as denúncias de irregularidades.

O pedido é feito em comunicado pela vogal da direcção e delegada da Delegação Centro da Raríssimas, Marta Balula, ao presidente da mesa da Assembleia Geral da Raríssimas, Paulo Olavo Cunha.

"Na sequência das notícias vindas a público nos últimos dias, dando conta da prática de actos de gestão, pela presidente da direcção da Raríssimas, nos quais não tive qualquer intervenção em termos decisórios e que, caso venham a ser confirmados no âmbito dos inquéritos pendentes, se afiguram gravemente lesivos dos direitos dos associados, dos utentes e da imagem da nossa associação, entendo ser tão urgente quão imperiosa a convocação de uma assembleia geral extraordinária tendente a deliberar sobre a destituição" de Paula Brito e Costa, é referido na nota.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • CARLOS MANUEL
    14 dez, 2017 ALMADA 14:44
    O " tal " denunciou porquê ? Porque não JANTOU ! Se jantasse á mesma mesa, comia assim não comeu, abriu-se todo...
  • Jose Rodrigues
    14 dez, 2017 Braga 00:48
    Então agora a Associação não apresenta uma queixa formal contra a presidente por gestão danosa? Se não fez devia fazer.
  • André
    13 dez, 2017 chaves 15:52
    Que chique, antes apenas "Paula Brito" ou "Paula Costa" depois passou a ser "Paula Brito e Costa"!!!! Que chiquitérrima meu Deus, antes estava em baixo na categoria da classe social da cadeia alimentar, depois passou para o topo da cadeia alimentar, passou a ser um tubarão!!! "É uma cabala, eu demito-me" diz ela. Que tristeza aproveitar- se da própria doença do filho para criar uma instituição e viver "À la carte" à custa dos impostos dos outros. Justiça era a demissão e a reposição de tudo o que roubou, mas politicamente à muita gente com rabo preso. O socialismo do Caviar está para ficar, o povo que não abra os olhos não!!!
  • Alfredo Costa
    13 dez, 2017 Viseu 10:44
    Eu tenho medo e nojo deste tipo de pessoas!!!!
  • Jose
    13 dez, 2017 Matosinhos 00:41
    O que esta alienada se "esquece" de referir é que as atas de direçao ja estavam feitas antes das reuniões e os membros de direção só as assinavam.
  • Claudio
    13 dez, 2017 Setubal 00:10
    O que se está a passar aqui é o que deve acontecer em todas as instituiçoes, incluindo sindicatos, empresas publicas e municipais, sob pena da corrupçao e má gestao prejudicarem gravemente a sociedade e quem mais precisa destas instituiçoes que devem ser usadas para servir quem delas precisa e nao para servir quem nelas trabalha.
  • Ruben quintela
    12 dez, 2017 Ferney voltaire , frança 23:10
    E esta gente nunca vai presa??? Uma simples demissao e passa a outra coisa!! É incrivel , se fosse alguem k roubasse para comer ja tinha sido preso...
  • tuga
    12 dez, 2017 norte 23:00
    feios, porcos e maus !!!!!!!!!!!!!!!!!
  • Toninho Marreco
    12 dez, 2017 Ponte do Lima 22:46
    Pois está com sorte com isso da cabala . A cabala é um rico peixe desde que bem preparada .Cá para mim , quanto mais cabalas melhor acompanhadas por um verde branco de boa qualidade e muito fresquinho .
  • LUÍS MARTINS
    12 dez, 2017 PORTO 22:07
    Essa SALOPE não é digna de viver. O que vai fazer a Justiça ?! Tenha vergonha !

Destaques V+