03 mai, 2018 - 08:00 • Dina Soares , Joana Bourgard
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A exposição mundial de Lisboa ainda não tinha fechado as portas e já o investimento feito na construção do teleférico da Expo estava pago. Nos 131 dias que durou a Expo, o teleférico transportou três milhões de pessoas, uma média de 1600 por dia.
Apesar do horário alargado de funcionamento – todos os dias, dezoito horas por dia, entre as 9 da manhã e as 3 da manhã seguinte - as filas eram enormes. Para aumentar a capacidade de transporte, só havia viagens de ida. Quem queria regressar ao ponto de partida, era obrigado a ir de novo para a fila e comprar outro bilhete.
Maria Amélia Amaral é a coordenadora geral do teleférico desde o primeiro dia e recorda com alguma saudade a azáfama desses tempos. “A afluência foi enorme desde o primeiro dia. Depois dos pavilhões fecharem, cerca das 21 horas, ainda chegava mais gente. Todas as cabines tinham que viajar com oito passageiros, a lotação máxima.”
500 escudos para adulto, 250 para criança
Os preços dos bilhetes eram bastante elevados para o nível de vida da época. Uma viagem custava, à data, 500 escudos para adulto e 250 escudos para criança. Hoje, os bilhetes oscilam entre os 2 euros e os 3,95 euros. A afluência atual não é a mesma dos tempos da Expo, claro, mas mesmo assim há sempre muita gente interessada em ver o Parque das Nações de cima, a 30 metros de altura.
Até hoje, cerca de 10 milhões de pessoas já fizeram esta viagem de oito minutos, aproximadamente um quilómetro e meio sempre à beira rio. Muitos dos passageiros são turistas. Entre os portugueses, há quem não se canse e regresse de vez em quando para mais uma voltinha.
Maria Amélia Amaral é, com toda a certeza, a portuguesa que mais vezes andou no teleférico. “Já andei de todas as maneiras. À noite é diferente de de dia. Com chuva é diferente de com sol. Mas gosto sempre, sejam quais forem as condições.” Montado por uma empresa especializada no transporte de esquiadores, o teleférico do Parque das Nações continua a ser o único de Lisboa.