03 abr, 2017 - 20:17
O jogador do Canelas Marco Gonçalves fica impedido de contactar com árbitros na sequência dos graves incidentes de domingo num jogo da Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto.
A medida de coacção foi determinada esta segunda-feira à tarde por um juiz do Tribunal de Gondomar e confirmada por Nelson Sousa, o advogado do arguido.
O avançado Marco Gonçalves, que vai aguardar o desenrolar do processo em liberdade, também está proibido de frequentar recintos desportivos e fica sujeito a termo de identidade e residência.
Em declarações aos jornalistas no final da audiência, o advogado adiantou que o jogador do Canelas 2010, para já, preferiu não falar, porque ainda é preciso avaliar os elementos de prova.
“Não falou nem tinha que falar. Este não era o momento correcto para ele apresentar seja o que for, até porque nós temos de ter acesso a elementos de prova, quero ver o que foi dito e o que não foi dito e depois vamos apresentar a nossa defesa. Até porque há outras questões técnicas que se levantam, como saber se a imputação que lhe é feita do tipo de crime relativamente à ofensa qualificada à integridade física é ou não é admissível neste caso. Se calhar, não é”, afirma Nelson Sousa.
O advogado deixa vários cenários em aberto para a estratégia da defesa. "Vamos imaginar que as pessoas desistem da queixa ou até não apresentam queixa. É um 'suponhamos'", refere o advogado.
Questionado sobre as imagens que comprovam as agressões, estranha que só os jogadores do Canelas ou com ligações aos Super Dragões é que tenham de ser punidos exemplarmente.
Nelson Sousa recorda outro caso recente de um adepto que tentou agredir um árbitro com um pau e argumenta que esse incidente não teve tanto impacto mediático como a agressão ao árbitro do Rio Tinto-Canelas.
"Tem que se acabar, tem, mas é igual para todos não é só para uns", conclui o advogado.
Marco Gonçalves, jogador do Canelas 2010, agrediu o árbitro José Rodrigues na parte inicial de um jogo com o Rio Tinto, este domingo.
O incidente foi gravado em vídeo e provocou uma onda de indignação entre os agentes do futebol.